CONTAGEM REGRESSIVA

Acredito que a contagem regressiva tenha sido formalmente adotada pelos cientistas da Nasa, lá pelos anos 60. O foguete estava prestes a ser lançado ao espaço, e os segundos eram contados em sentido inverso: seven... six... five... four... three... two... one... zero. E lá se ia a nave para o infinito. E isso, na verdade, não mudou, ainda hoje é assim.

Mas contar dessa maneira não é coisa de cientista. É o que todos fazemos quando esperamos ansiosamente por um momento que será mágico em nossa vida. A diferença é contamos os dias, não os segundos.

Lembro que eu contava os dias que faltavam para ingressar no serviço militar, depois para viajar para o Rio de Janeiro, para fazer o vestibular, para a formatura, para tantos outros dias que prometiam alguma felicidade.

Quando estamos em fila, praticamos outra contagem regressiva, contamos quantas pessoas estão à nossa frente. Tempo e pessoas estão diretamente relacionadas, quanto mais pessoas na fila, maior será o tempo de espera.

Sempre queremos que chegue a zero esse tempo de espera, queremos nossas férias, nossa viagem, nossa volta para casa, nosso reencontro com alguém que nos toca.

Mas como uma nave que falha em sua missão, que explode no momento de seu lançamento, também nós às vezes nos frustramos ao findar nosso tempo de espera. Esperamos tanto por um dia, e no fim vemos que o resultado não era aquilo que queríamos.

Alguns dias são esperados, depois ficam esquecidos. Mas o certo é que o tempo passa e deixa suas marcas.

Egon Werner
Enviado por Egon Werner em 22/05/2015
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