Questionando-se
Caso recomeçasse a vida, não sei se faria tudo igualzinho ao que fiz até hoje. Não sei se tomaria as mesmas estradas, os mesmos caminhos, as mesmas veredas, para os meus caminhares.
Embora questione erros e acertos, creio ter feito quase tudo certo. Acho que na balança da vida, o prato dos acertos desequilibra para mais. Então, porque não fazer tudo igualzinho?
Tudo o que me foi passado em família, nas escolas, apliquei em dobro no cotidiano do meu caminhar. No núcleo familiar o que se transmitia era lei e para a vida toda, assim sem questionamento, carreguei essa bagagem social por muito tempo.
Cansado de tudo que foi preconizado pela base social, percebendo que esses ditames, por vezes, deixava o ente receptor estático de si mesmo e, acreditando ser a vida constituída de momentos, tempos e espaços, onde todos têm oportunidades diversas, comecei a questionar o que dantes não me atreveria.
Questionando-me conclui que ninguém nunca me disse: ser educado demais é ruim. Ouvir o outro sem antes ouvir a si mesmo é péssimo. Estar sempre pronto a servir é decepcionante. Omitir-se em função dos outros e degradante. Culminando com a descoberta de que até para fazer caridade é preciso saber quando, quanto e a quem.
Hoje, acredito que, para se viver melhor, é preciso chacoalhar um pouco a bagagem adquirida e transportada de um tempo-espaço a outro. Jogar fora algumas dessas tralhas não fará mal algum, pelo contrário, aliviará em muito o fardo que se, nos impôs sem o menor receio desse peso para o futuro.
Viver bem é um processo dinâmico de reinvenção da vida diuturnamente. Nenhum homem vem ao mundo para ser capacho do próprio homem, embora muitos se façam e se sintam assim. É bom que saibam: questionar-se é uma opção de livre arbítrio.
Questionamento evita erros, aponta caminhos, suscita conhecimentos e é sempre saudável.
Questiono, pois, a máxima: fazer o bem sem olhar a quem. Cuidado! Na realidade, seguindo o conselho, podemos provocar situações maléficas irreversíveis a quem pensávamos fazer o bem. Questione-se.
Rio, 19/06/2015
Feitosa dos santos
Caso recomeçasse a vida, não sei se faria tudo igualzinho ao que fiz até hoje. Não sei se tomaria as mesmas estradas, os mesmos caminhos, as mesmas veredas, para os meus caminhares.
Embora questione erros e acertos, creio ter feito quase tudo certo. Acho que na balança da vida, o prato dos acertos desequilibra para mais. Então, porque não fazer tudo igualzinho?
Tudo o que me foi passado em família, nas escolas, apliquei em dobro no cotidiano do meu caminhar. No núcleo familiar o que se transmitia era lei e para a vida toda, assim sem questionamento, carreguei essa bagagem social por muito tempo.
Cansado de tudo que foi preconizado pela base social, percebendo que esses ditames, por vezes, deixava o ente receptor estático de si mesmo e, acreditando ser a vida constituída de momentos, tempos e espaços, onde todos têm oportunidades diversas, comecei a questionar o que dantes não me atreveria.
Questionando-me conclui que ninguém nunca me disse: ser educado demais é ruim. Ouvir o outro sem antes ouvir a si mesmo é péssimo. Estar sempre pronto a servir é decepcionante. Omitir-se em função dos outros e degradante. Culminando com a descoberta de que até para fazer caridade é preciso saber quando, quanto e a quem.
Hoje, acredito que, para se viver melhor, é preciso chacoalhar um pouco a bagagem adquirida e transportada de um tempo-espaço a outro. Jogar fora algumas dessas tralhas não fará mal algum, pelo contrário, aliviará em muito o fardo que se, nos impôs sem o menor receio desse peso para o futuro.
Viver bem é um processo dinâmico de reinvenção da vida diuturnamente. Nenhum homem vem ao mundo para ser capacho do próprio homem, embora muitos se façam e se sintam assim. É bom que saibam: questionar-se é uma opção de livre arbítrio.
Questionamento evita erros, aponta caminhos, suscita conhecimentos e é sempre saudável.
Questiono, pois, a máxima: fazer o bem sem olhar a quem. Cuidado! Na realidade, seguindo o conselho, podemos provocar situações maléficas irreversíveis a quem pensávamos fazer o bem. Questione-se.
Rio, 19/06/2015
Feitosa dos santos