VIDA RETÓGRADA
A vida nos reserva muitas maravilhas e percebemos que a cada dia que vivemos valeu a pena mesmo se essa medíocre vida seja uma eterna nostalgia. Aprendemos que não somos capazes de ensinar nada a ninguém, mas temos uma capacidade infinita de aprender com os outros.
Quando somos jovens pensamos que sabemos tudo da vida e a verdura da juventude passa para o amarelar do amadurecer. É ainda, de vez, que a gente começa a perceber que sabemos menos do que imaginamos saber e depois, quando maduros percebemos que estávamos enganados com tudo sobre nosso conceito de saber, pois percebemos que não sabemos nada. Percebemos que são os jovens os detentores do saber e que os professores sabem nada além do ritual de ensino, a grade curricular.
Os professores nem sabem, às vezes, estabelecer uma aula fora do plano, se preciso for e os alunos sabem tudo de forma simples e diversificada.
Eles poderão não definir no currículo aquilo que sabem, mas sabem e muito bem.
Na estrada da vida e na escalada da mesma a gente descobre coisas e mais coisas interessantes para o momento e no fim, no topo da vida da uma vontade de retroceder o caminho trilhado e percebemos que foi uma besteira da gente querer ir tão longe só para depois olhar pra trás e ver que fomos longe demais, mas sem nenhum significado. Que melhor teria sido se houvéssemos parado em algum ponto da caminhada para viver aquele momento por uma eternidade.
São as prioridades sonhadas quem nos impulsionam a caminhar e quando realizadas perdem o sentido, a magia, a beleza e o encanto. Então poderemos com propriedade acatar as palavras do sábio Salomão: tudo é vaidade e correr atrás do vento.
Ó, Rubem, fostes feliz quando dissestes: quero uma escola retógrada. Eu, pois quero uma vida retógrada.
Bom dia.