PERDIDOS EM SALINÓPOLIS!

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Um farol construído por André Vidal de Negreiros, em 1656, para indicar aos navios a presença de arrecifes e a uma estátua de uma Santa construídas no centro da cidade nas proximidades de um posto de gasolina, eram nossas referências para também chegar a pousada “Recanto do Sal” (www.recantodosol.com.br), comandada pelo proprietário Geraldo Nazaré e sua família. A pensão ficava nas proximidades dessas duas referências quando saíamos para visitar as Praias do Atalaia, para nos bronzear ou do Maçarico, em uma área de mangue. O município era o de Salinópolis ou Salinas, em uma cidade turística distante a 220 km de Belém pela Rodovia BR-316, despreparada para receber turistas. Tem na praia de areia branca do Atalaia, sua melhor atração, com águas do mar de tonalidade verde acinzentada. Alcançamos a Pousada na Rua Assis de Vasconcelos, usando o GPS do celular, mas paramos aos fundos da Câmara Municipal de Salinópolis, porque seria o endereço indicado pelo mecanismo de localização.. Estávamos na rua certa, mas não havia uma única placa para nos localizarmos e ficamos sem saber se era o local correto. Perguntamos. A pessoa disse que não sabia se era a mesma rua que queríamos saber se seria. Para turistas perdidos, é a pior coisa que existe, a falta de placas.

Demos volta em torno do prédio da Câmara e a pousada ficava um pouco mais abaixo. De 2003, quando estive pela primeira vez, conheci uma Salinas com ruas sem asfalto. Ao voltar para matar a saudade e passar a Semana Santa, acompanhado pela esposa advogada Yara Queiroz e as amigas, Francisca Rocha Anunciação, administradora de empresas e Eleonora, a “Noca”, advogada militante, a encontrei limpa, bem cuidada, tranquila, mas sem placas indicativas com nomes de ruas ou pessoas preparadas para prestar informações aos turistas. Deixando a pousada, sempre por uma rua, passávamos por um lago e revi prédios em sua volta e muitas melhorias em termos de infraestrutura urbana, com supermercados com estacionamentos para bicicletas, lojas para venda de roupas de banho, as redes de lojas Y. Yamada e a farmácia Big Ben, também se faziam ver. Contemplei com espanto, os estacionamentos para bicicletas, confirmando ser uma cidade ainda tranquila, asfalto nas áreas do que fora antes um condomínio de casas de veraneio, quase no meio do nada. A cidade de Salinas foi formada a partir de uma fábrica de sal e a praticagem na Ilha do Atalaia e tem hoje 38.552 habitantes, segundo dados do IBGE, mas é o destino preferidos dos municípios que compõem a Região Metropolitana de Belém, quadruplicando sua população em época de férias escolares. Como éramos turistas perdidos e sem muitas informações, nossas únicas referências passaram a ser a Estátua da Santa e o Farol, que também serviam para nos indicar o caminho da pousada para não naufragarmos na falta de informações e estrutura turística. a Com carro alugado no Aeroporto, chegamos ao endereço, mas erramos a estrada ao parar em restaurante para almoçar. Retornamos por dentro de um município de rua esburacada e voltamos à Rodovia BR-316.

O município foi fundado reunindo um pequeno grupo de famílias no alto de um barranco de uns 20 metros de altura, onde existe hoje um Farol para alertar embarcações da proximidade dos arrerecifes. Para nós, turistas perdidos, também nos serviu como de Farol “Dos Turistas Perdidos” nos indicando o rumo da pousada Recanto do Sal, na qual ficamos hospedados por 4 dias, recepcionados por todos, com muita atenção, tendo à frente o proprietário Geraldo Nazaré e sua esposa Adriana. No domingo à noite, fomos à missa na bonita e simples Catedral da cidade. Na volta, depois de irmos à Praia do Maçarico para tomarmos sorvete Cairu e comer sanduíche, ficamos perdidos de novo, rodando e sem ninguém nas ruas para prestar informações. Recorreremos ao ao farol e acertamos de novo o caminho da pousada. O prefeito Paulo Henrique Gomes, (PSDB/2013-2016), deveria se preocupar também com a da falta de sinalização e informações turísticas em sua cidade. Apesar disso, Salinópolis ou Salinas é uma cidade aconchegante, iniciada pelos jesuítas, mas não está preparada para recepcionar turistas.

Antes da separação do Maranhão e do Pará, em 1774, Salinas pertencia a Capitania do Caeté, criada pelo Decreto-Lei de 25 de fevereiro de 1652, segundo informa o relatório do ouvidor do Maranhão, de 1751, o bacharel João Aônio da Silva Diniz. A Capitania começava no rio Gurupi e se estendia 50 léguas até o Rio Guamá. O município possui 217,865 Km2 e, segundo o Censo do IBGE de 2013. Sua economia gira em torno do turismo e pesca. Na praia do Atalia, a maré não desce mais tanto quando recuava em 2003, não formando mais a mesma quantidade de lagoas naturais de águas salgadas, como existia antes. Carros ainda alcançam e estacionam nas areias duras da praia depois das 10 hs da manhã e começam a ser retirados em torno das 16 horas, quando a maré começa a subir, entrando pelos canais das lagoas naturais. A maré é forte, grande e rápida. Ao contrário do que observei em 2003, não vi mais carros guinchos ou veículos de turistas sendo pegos desprevenidos presos pela maré.

Na praia do Atalia, visitamos diversas barracas, do David e, por indicação da filha da dona que fazia uma pesquisa para um empreendimento de um apart-hotel na estrada do Atalaia, visitamos a da Dona Deusa. A diferença de preço entre as barracas, chegava a ser elevada. Nas barracas, servem refeições, sem colocarem lanços de papel nas mesas ou sacos para recolher restos de alimentos que os turistas produzem. Deixando a cidade, observei uma placa de um avião, o que dá a ideia de um provável aeroporto. Em Belém, fiquei sabendo que a placa que vi, seria um “bairro do Aeroporto” loteado há mais de 30 anos, mas nunca chegou a funcionar nada, nem Aeroporto para receber turistas. O turismo gera investimentos, que resultam em impostos e todos ganhariam, principalmente a economia de Salinópolis. Só que junto com o progresso, caminham também os problemas sociais de uma grande cidade!

carlos da costa
Enviado por carlos da costa em 09/04/2015
Reeditado em 09/04/2015
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