Riva desamarrado
Eu vejo como a tristeza e a falta de esperança fazem com que as pessoas se peguem ate mesmo para contar suas historias mais chatas..ou ate mesmo aquelas que so cabem a elas saberem.
Outro dia ouvi dizer que a felicidade estava morta,e que temos que viver com a nossa consciência tranqüila, que estar com alguém e simplesmente um negocio,onde trocamos apenas favores. No sentido de extrair o que a pessoa tem de melhor darmos o que achamos conveniente dar.
Nesse emaranhado de falsos sorrisos, e de conversas maldosas na mesa do café,ouço criticas,ouço reclamações diversas,ouço aquilo que não querem dizer,mas por não ter nada mais favorável a dizer balbuciam suas maldições.
De repente o meu Riva desamarra,já meio sujo e cansado de tantas caminhadas, de subir e descer ladeira,e penso rapidamente após amarrá-lo “o que mais agora?”
Por trás de toda essa felicidade fácil e forjada eu vejo que as lagrimas se escondem, as mesmas gírias de tempos atrás,os mesmos trejeitos,a mesma falta de pegada.
O mesmo enrolar de cabelo, o mesmo esmalte descascado, as mesmas perguntas de antes,a mesma inveja de ontem,com o gosto salgado de amanha.
A tristeza assola,mas esse é um estado digno de respeito, o grande problema não e ser triste,ou melancólico,o grande problema é fingir ser feliz, mascando o mesmo chiclete de outrora,vestindo as mesmas sandálias amareladas pelo barro da vida.
Todos querem ser o que não são,todos vendem suas mentiras como verdades estampadas no seu look moderno vindo de nova Iorque.
Falta realidade..falta realização,falta de fato amor, falta vida, e sobra esse amontoado de clichês em busca de salvação.
Leandro Nogueira