Riva desamarrado

Eu vejo como a tristeza e a falta de esperança fazem com que as pessoas se peguem ate mesmo para contar suas historias mais chatas..ou ate mesmo aquelas que so cabem a elas saberem.

Outro dia ouvi dizer que a felicidade estava morta,e que temos que viver com a nossa consciência tranqüila, que estar com alguém e simplesmente um negocio,onde trocamos apenas favores. No sentido de extrair o que a pessoa tem de melhor darmos o que achamos conveniente dar.

Nesse emaranhado de falsos sorrisos, e de conversas maldosas na mesa do café,ouço criticas,ouço reclamações diversas,ouço aquilo que não querem dizer,mas por não ter nada mais favorável a dizer balbuciam suas maldições.

De repente o meu Riva desamarra,já meio sujo e cansado de tantas caminhadas, de subir e descer ladeira,e penso rapidamente após amarrá-lo “o que mais agora?”

Por trás de toda essa felicidade fácil e forjada eu vejo que as lagrimas se escondem, as mesmas gírias de tempos atrás,os mesmos trejeitos,a mesma falta de pegada.

O mesmo enrolar de cabelo, o mesmo esmalte descascado, as mesmas perguntas de antes,a mesma inveja de ontem,com o gosto salgado de amanha.

A tristeza assola,mas esse é um estado digno de respeito, o grande problema não e ser triste,ou melancólico,o grande problema é fingir ser feliz, mascando o mesmo chiclete de outrora,vestindo as mesmas sandálias amareladas pelo barro da vida.

Todos querem ser o que não são,todos vendem suas mentiras como verdades estampadas no seu look moderno vindo de nova Iorque.

Falta realidade..falta realização,falta de fato amor, falta vida, e sobra esse amontoado de clichês em busca de salvação.

Leandro Nogueira

Leandro Vidile
Enviado por Leandro Vidile em 07/04/2015
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