Apostei cem e fiquei sem
Certo dia dois amigos, meu, fizeram uma aposta um tanto inusitada. Essa aposta começou a ser ensaiada já nos primeiros dias de janeiro de 2015. E ela tratava sobre a Lei do Piso Nacional da Educação, concedida aos profissionais do magistério. Um dizia que a Lei seria aprovada sem rejeição por parte do poder público municipal e que a mesma seria respeitada pela gestão para e bem de todos e felicidade geral da educação. Já o outro dizia que não. Dizia que ia ser uma dor de cabeça, na alma e no coração. Adivinhem quem ganhou a aposta! Que nesse caso não queria ter ganhado. Queria era ter perdido para ter o seu direito garantido. Quem ganhou ficou feliz, mas como alegria de pobre dura pouco, logo ficou triste e decepcionado. Mas decepcionado ficou quem perdeu. Pois apostou com tanta confiança, que não acreditou e passou a ficar desconfiado. O que ganhou já desconfiava e o que perdeu mal ele sabia que as leis brasileiras foram criadas para serem descumpridas. Nada garante a garantia de uma lei aprovada no Congresso. Já elaboram as leis deixando brechas para o seu descumprimento. Acho que deveriam aprovar no Brasil uma lei a ser descumprida, como teste, para vermos qual seria a reação de quem vive descumprindo a lei neste país. Certamente essa seria cumprida.
“A partir de hoje, entra em vigor, esta lei, que passará a ser descumprida e quem cumpri-la sofrerá as sanções e punições cabíveis”. Em questões de horas, alguém, com o mau costume que tem. Já estaria procurando uma forma de cumpri-la. Certo, neste caso, é que ambos perderam. Um perdeu o respeito que tinha pela lei ao ganhar a aposta. Outro perdeu a aposta, mas ganhou a desconfiança da lei que lhe garantia. Eu que não sou besta nem nada, jamais eu entraria em uma enrascada desta. Jamais apostaria cem reais, que nem vale muita coisa hoje, no cumprimento de uma Lei tão importante aos profissionais do magistério. Dependendo, no caso, de uma aprovação do poder público para o seu imediato cumprimento. Mesmo que eu tivesse elegido o gestor, ainda assim, não teria feito uma aposta como esta, pois nem precisaria ser vidente para saber que ia perder. E ficou assim. Um perde e ganha terrível. Que até eu que não apostei coisa alguma, também saí perdendo. Porque como aniversario em fevereiro e a Lei já havia sido descumprida. Assim, sendo, o meu ordenado não foi reajustado. E segundo informações será paga no dia 31 de fevereiro do ano que vem. Fica ao menos a esperança de que a Lei seja cumprida logo no começo do ano. Se não vou ter que fazer uma aposta para não ficar no prejuízo. Porque as casas de apostas indicam que mais uma vez não será cumprida. A não ser que façam uma emenda e um parecer favorável a seu descumprimento.
Pedro Barros.