O livro dos Remanescentes
"Lembro-me como se fosse ontem... o quebrantamento do primeiro selo, rompido de assalto da alturas para as regiões terrenas do mundo...
Era apenas mais um dia, em nossas vidas ordinárias, apenas mais um entardecer vazio e sem sentido. Buscávamos apenas o conforto de nossos lares, o calor de nossas mulheres e o deleite de uma bebida, mas de rompante nos surgiu... O vislumbre da verdade que doravante se sucederia...
O cavalo branco e seu cavaleiro, galoparam por sobre a face da terra, tomando o que lhe era prometido, como fora anunciado que o faria, mas sua montaria não era um corcel ou alazão, e sim exércitos e nações.
Como, formas de vida tão medíocres e mesquinhas como estes três indivíduos, poderiam passar pelo que estava por vir? Crianças se foram, muitos outros também... mas havia uma calmaria, uma paz pairava por sobre a terra, como poderia aquilo ser algo ruim?
Mas nos... nos sabíamos! Sabíamos que o suntuoso cavaleiro alvo como a mais pura neve, possuía uma alma mais negra que o próprio abismo que o vomitara, e antes que o cavaleiro rubro despontasse nos horizontes da humanidade, estaríamos prontos, pois não seriamos a raposa a correr dos cães... seriamos os lobos a devorar suas ovelhas, pois embora aqui ainda estejamos, somos mais que peças nas mãos de outros, somos aqueles que resistem... somos os remanescentes!"
Tiago André Breta Izidoro