O livro dos Remanescentes

"Lembro-me como se fosse ontem... o quebrantamento do primeiro selo, rompido de assalto da alturas para as regiões terrenas do mundo...

Era apenas mais um dia, em nossas vidas ordinárias, apenas mais um entardecer vazio e sem sentido. Buscávamos apenas o conforto de nossos lares, o calor de nossas mulheres e o deleite de uma bebida, mas de rompante nos surgiu... O vislumbre da verdade que doravante se sucederia...

O cavalo branco e seu cavaleiro, galoparam por sobre a face da terra, tomando o que lhe era prometido, como fora anunciado que o faria, mas sua montaria não era um corcel ou alazão, e sim exércitos e nações.

Como, formas de vida tão medíocres e mesquinhas como estes três indivíduos, poderiam passar pelo que estava por vir? Crianças se foram, muitos outros também... mas havia uma calmaria, uma paz pairava por sobre a terra, como poderia aquilo ser algo ruim?

Mas nos... nos sabíamos! Sabíamos que o suntuoso cavaleiro alvo como a mais pura neve, possuía uma alma mais negra que o próprio abismo que o vomitara, e antes que o cavaleiro rubro despontasse nos horizontes da humanidade, estaríamos prontos, pois não seriamos a raposa a correr dos cães... seriamos os lobos a devorar suas ovelhas, pois embora aqui ainda estejamos, somos mais que peças nas mãos de outros, somos aqueles que resistem... somos os remanescentes!"

Tiago André Breta Izidoro

Zero
Enviado por Zero em 21/03/2015
Reeditado em 21/03/2015
Código do texto: T5178494
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