Ser mãe

Se por um lado não existe sensação mais sublime que a da maternidade, por outro, não há no mundo Ser mais padecedor pelo mesmo motivo que nós, MÃES.

Certa vez, li um texto de José Saramago – por sinal, inesquecível – que retrata exatamente o que significa a maternidade.

O pensamento coloca que os filhos nos vêm a título de empréstimo com a finalidade de nos ensinar a amar incondicionalmente alguém além de nós mesmas, além de servir para nos tornar pessoas mais corajosas.

Pois é, a coragem nesse contexto pode ser compreendida como o ato norteador da maternidade, pois ao decidirmos nos tornar MÃES, automaticamente, aceitamos ser submetidas a todo tipo de sofrimento, e a partir daí, a dúvida de estar agindo corretamente, bem como o medo de “perder” o ser mais precioso que existe na face terra, por qualquer que seja o motivo, passa a nos perseguir, e, creio eu, que assim será até o meu último suspiro.

Mas Saramago encerra o seu texto bem assim: “Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo”. E o que mais me maltrata é ter a certeza disso.

Zhoraia Barros
Enviado por Zhoraia Barros em 17/02/2015
Reeditado em 17/02/2015
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