Ser mãe
Se por um lado não existe sensação mais sublime que a da maternidade, por outro, não há no mundo Ser mais padecedor pelo mesmo motivo que nós, MÃES.
Certa vez, li um texto de José Saramago – por sinal, inesquecível – que retrata exatamente o que significa a maternidade.
O pensamento coloca que os filhos nos vêm a título de empréstimo com a finalidade de nos ensinar a amar incondicionalmente alguém além de nós mesmas, além de servir para nos tornar pessoas mais corajosas.
Pois é, a coragem nesse contexto pode ser compreendida como o ato norteador da maternidade, pois ao decidirmos nos tornar MÃES, automaticamente, aceitamos ser submetidas a todo tipo de sofrimento, e a partir daí, a dúvida de estar agindo corretamente, bem como o medo de “perder” o ser mais precioso que existe na face terra, por qualquer que seja o motivo, passa a nos perseguir, e, creio eu, que assim será até o meu último suspiro.
Mas Saramago encerra o seu texto bem assim: “Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo”. E o que mais me maltrata é ter a certeza disso.