O ESTRAGO DAS DROGAS NAS FAMÍLIAS BRASILEIRAS
Diante dos últimos fatos envolvendo assassinatos de pessoas jovens na nossa querida cidade, volto a usar o lápis, ou melhor, as teclas do meu computador pra falarmos um pouco sobre este assunto, dar nossa opinião, fazermos uma reflexão.
Aqui na nossa cidade, Santa Cruz, já ocorreram várias mortes, em apenas um mês e poucos dias deste ano novo! Se prestarmos bem atenção nas causas dessas mortes, perceberemos que os assassinados são, em sua grande maioria, de jovens envolvidos com a desgraçada das drogas! Esta mazela está fazendo um estrago imenso nas famílias brasileiras.
É um negócio muito bom para quem trafica, vende a droga, mas péssimo, terrível para quem consome, quem acaba viciado e não consegue mais largar mais o vício. Chega a um ponto que o viciado não consegue mais pagar as contas das drogas compradas aos traficantes e aí, como se sabe, acaba pagando com a própria vida.
É o que tem ocorrido muito por aqui, como diz a própria polícia.
Ontem,sábado, em conversa com populares, diante do último caso de morte, ocorrida ali nas margens do Rio Trairy, uma senhora me falou:
- Meu filho, só sabe o que é isso, quem tem um filho drogado dentro de casa como eu! Só eu sei o que tenho passado! Estou arrasada, devendo os cabelos da cabeça pra manter o vício do meu filho. Estou devendo muito dinheiro e não tenho como pagar...(um silêncio e começou a chorar).
Fiquei a ouvindo e ela não parava de falar:
- Em casa não tenho mais quase nada: a tv ele vendeu, assim como o ventilador! Ele vende quase de graça pra pagar a danada da droga!
Se não fizer isso, os caras vêm e o matam!! Já não sei o que fazer da minha vida com essa idade! Tenho sofrido muito com ele!
As vezes, como forma de pressionar-me por mais dinheiro pra comprar mais droga, coisa que não tenho mais, diz que vai suicidar-se!
Confesso a você, moço, que Deus me perdoe(novamente volta a chorar), mas as vezes até penso que seria até melhor pra ele fazer isso, do que vê-lo metralhado na rua pelos traficantes, por comprar e não pagar!
Terminamos essa conversa, pois ela teve que levar o neto, filho do viciado, ao atendimento psicológico. Eu fiquei ali pensando comigo mesmo em que situação se encontra aquela pobre senhora, idosa, que ao invés de ter uma velhice de repouso e tranquilidade, sofre com o terrível problema das drogas, que assim como ela atinge milhões de famílias e, consequentemente a sociedade brasileira.
Alguma coisa precisa ser feita, senão futuramente o estrago, que ocorre hoje, será ainda maior. Quem for vivo, verá!
***João Maria de Medeiros é professor, poeta e cronista.