Mensagens que edificam - 19

Falar de Deus é sempre um desafio, mesmo que isso leve à um desafino. Não que o tema crie algum acorde não consonante, ou a prédica pareça uma dissonante desentoada, mas a verdade é que a delicadeza do assunto pode ser melindrosa, considerando o que as religiões fizeram com este Deus. O Deus todo poderoso, criador dos céus e da terra, do mar e das fontes das águas, do céu estrelado, do sol, da lua, da imensidão do cosmos, é um Deus imensurável, mas não incomensurável. Eu não posso medi-lo, mas posso comentá-lo. Apesar de toda a grandeza ele não é um enigma indecifrável, nem um cálculo matemático insolúvel. Eu não preciso usar da minha fé para entendê-lo, uma vez que a subjetividade da fé se faz desnessária quando todas as provas atestam a sua existência e a sua veracidade. Eu não creio num Deus que vive na opacidade nem na obscuridade onde tudo é mistério e nada é revelado. Eu acredito num Deus que está expresso em mim, no meu intelecto, na minha capacidade de raciocinar, de conceber, de conjecturar, mas também de me preencher com respostas, não evasivas, mas conclusivas. Ele é não porque eu quero que ele seja, ou seja expressão da minha maneira de crer e de me relacionar socialmente. A pobreza das vãs filosofias e das conclusões religiosas me afastam da essência deste Deus que jamais se prostituiu ou pactuou com qualquer injustiça humana que atente contra a vida. Eu tenho por convicção e consciência um Deus que não mata, mas dá vida; um Deus que não faz guerra, mas promove a paz; um Deus que não precisa da hipocrisia dos holocaustos mas que faz com que eu mesmo seja todos os dias uma oferenda viva como resposta de tudo que ele fez de mais bonito. Eu agradeço à este Deus, mesmo que ele não necessite disto, pois ele é e continuará sendo o mesmo independente da minha resposta, todavia, dos sentimentos que ele em mim plantou, um deles é o da profunda gratidão por tudo que sou, por tudo que penso e por tudo que faço e até o que não faço.