Escritos (Parte II - Contra o Estupro)
Já passava da meia noite, e havia algumas poucas pessoas ainda pelas ruas afinal era uma sexta-feira, que dorme cedo em pleno início de fim de semana?
Eu estava de saída de um restaurante com uns amigos, eles, logo se despediram e foram embora em seus veículos poluindo o ar, eu, porém, morava próximo e decidi ir caminhando, apreciando o agradável clima da cidade, que em pleno outono chegava aos 12 graus de temperatura.
Tudo perfeitamente normal caminhava a passos lentos no meio da avenida, passando frente a prédios abandonados da velha fábrica e becos escuros, sujos, talvez de lixos ou talvez de pecados.
E foi em um desses becos que vi algo estranho a acontecer. Não tinha como não perceber. Uma moça estava caída, desmaiada. No início, pensei que fosse apenas mais um morador de rua, sem teto, dormindo ao léu. Em seguida, passos e sombras fugiam do local. Fiquei com medo acreditando que poderia ser uma armação pra me roubar, ou fazer sei lá o quê.
Silêncio...
Ela suspirou e mexeu de leve uma das mãos. Aproximei-me. Sua maquiagem estava borrada, com se tivesse chorado. Seu batom foi retirado à força dos seus lábios. Seu cabelo, todo assanhado e sua blusa rasgada, o que teria acontecido àquela jovem?
Tomei-a nos braços e levei-a a um local claro, onde poderia pedir ajuda. Ela disse algo que não escutei e as lágrimas tomaram conta de sua face, mais uma vez.
Ponho minha cabeça próxima à sua boca, a fim de ouvi-la, mas sem sucesso.
Overdose ou Estupro?
Abre os olhos e me diz: - Boa Noite, Cinderela!