Escritos (parte 1 - Contra O Bullyng)
Embora calada, continuava, frequentemente, sendo repreendida em sala de aula.
Como pode uma garota de 16 anos não falar com ninguém de sua turma? Como ela é em casa? Será que tem amigos na vizinhança?
Isso era o que todos se perguntavam. Seus pais, pobres seres humanos mortais, jamais compreendiam o que se passava naquela pequenina cabeça de cabelos longos, escuros, enrolados.
Não havia quem decifrasse o enigma de seu olhar ou quem a fizesse sorrir.
Ela sentava ao fundo da sala. Baixava a cabeça e em seu caderno ficava horas a desenhar e a escrever. Não me pergunte o quê.
Não a conheci bem, apenas olhava disfarçadamente sem que ela percebesse, pois tinha medo que ela se isolasse ainda mais.
Já estava cansado de todo aquele silêncio e certo dia lhe dirigi a palavra:
- Bom Dia. Como você se chama? Ela me olhou (com seus lindos olhos azuis que não havíamos percebido antes) sorriu e baixou a cabeça novamente, se pondo a escrever: SOPHIE. Então percebi que ela não podia falar.