Esteriótipos

Mais outro dia de rotina. A caminho do trabalho, corpos suados e cheios de perfume compõem o aroma do ônibus lotado.

Pessoas, mal educadas, roubando os assentos preferenciais. Jovens

conectados, viciados nas "amizades" da era digital, o tempo todo de

cabeças abaixadas olhando os celulares nas mãos. Fones de ouvido em alto som, nem pra desejar um bom dia a quem senta do lado serve essa geração. Olhava tudo aquilo achando graça, zombando da medíocredade dos cidadãos.

O ônibus pára. Sobe uma senhora cheia de sacolas, ninguém dá o lugar. Sobe uma mãe pedindo esmola, depois um ex-drogado vendendo balinhas, depois um cristão com a bíblia a pregar. Em outra parada sobe um cadeirante, sobe um palhaço, sobe um bêbado. -Meu Deus que loucura, tanta diversidade em um só lugar.

Tem brancos, negros, índios, asíaticos, loiros, magros, gordos, baixos,

altos, jovens, velhos, crianças, homens, mulheres, incubados. Pessoas de bem, outras nem tanto, se aproveitam da distração pra roubar ou pra se esfregar nos outros. Vida de gado, fazer o quê somos todos iguais.

Até que enfim, chega em minha parada, desci com meu preconceito. Surge uma bela jovem, vestida a executiva. Se aproxima de mim com um sorriso cativante. Saca uma arma e me assalta.

Erick Barros
Enviado por Erick Barros em 01/12/2014
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