Po fora bela viola, por dentro pão bolorento
No seu olhar senti uma infinidade de possibilidades. senti que poderia renascer, virar a página. O seu olhar era algo mágico, encantador. Fez meu coração acelerar, ver que o mundo, a seu lado poderia ser maravilhoso. Cores mil, felicidades infindas pensei conseguir. Ele para mim era tudo... a outra metade da laranja, a tampa da panela, meu principe encantado, minha alma gêmea.
Pois bem, depois de tudo isso, de ante-mão ter imaginado mundos e fundos, quando dele deixei-me aproximar um pouco mais, outra vez algo senti, na hora, não sabia decifrar. Só mais tarde, a minha suspeita veio a confirmar-se. Na convivência diária, ele provou que não era nada daquilo que aparentava ser. O seu lindo sorriso, o seu olhar, suas palavras não eram verdadeiras, tudo falso, traiçoeiro. Trasformou-se por completo, um outro homem. Culpa minha, ingenuidade minha, pois deixei levar-me pela emoção, pela aparência, esqueci de vasculhar as profundezas do seu ser. Ele não era um príncipe e nem sequer um sapo. Até os sapos são melhores.
Hoje, sei que príncipes não existem, que homens e mulheres são imperfeitos por natureza. Já nem mais procuro nada, pois o amor, simplesmente acontece, ou não.