FALTA DE COMUNICAÇÃO
O Brasil participou das Forças de Emergência das Nações Unidas na Faixa de Gaza em 1966/1967, pouco antes de eclodir o conflito entre Israel e Egito.
O batalhão brasileiro tinha um razoável contingente. Possuia seu próprio comando, que por sua vez estava subordinado a um comando geral. Este era rotativo, pois lá estavam estacionadas forças da ex Iugoslávia, Canadá, Dinamarca, India e Brasil.
No momento, um oficial indiano comandava a todos e convocou uma reunião geral, à qual deveriam comparecer os comandantes de cada contingente. A preleção era feita sempre em inglês.
Como no batalhão brasileiro só havia um major que falava bem inglês, este acompanhava o seu comandante, um oficial mais graduado, para a necessidade de alguma tradução, e também para anotar todos os ítens discutidos.
Nessa reunião o comandante brasileiro foi perguntado a respeito de algum assunto de rotina do batalhão e, como não falava inglês, teve dificuldade para entender e responder de imediato. O major estava presente, mas não teve tempo de ajudá-lo, porque o indiano se adiantou e falou ásperamente:
"Aqui, pelo menos as pessoas no comando deveriam falar inglês!"
Quando o major traduziu o comentário do indiano, para o português, o comandante brasileiro se enfureceu e falou bem alto:
"Para sua informação, Sr. Comandante Geral, o Brasil nunca foi colônia britânica e, porisso, nunca fomos obrigados a aprender inglês!"
Novamente, o major traduziu e assim que todos ouviram, fez-se um silêncio constrangedor.
(Este fato me foi contado pelo major da estória acima. O tom do diálogo não precisaria ser tão rude, mas discordo do comandante brasileiro. Acredito que saber falar outras línguas é cultura. E falar inglês hoje é uma necessidade).
O batalhão brasileiro tinha um razoável contingente. Possuia seu próprio comando, que por sua vez estava subordinado a um comando geral. Este era rotativo, pois lá estavam estacionadas forças da ex Iugoslávia, Canadá, Dinamarca, India e Brasil.
No momento, um oficial indiano comandava a todos e convocou uma reunião geral, à qual deveriam comparecer os comandantes de cada contingente. A preleção era feita sempre em inglês.
Como no batalhão brasileiro só havia um major que falava bem inglês, este acompanhava o seu comandante, um oficial mais graduado, para a necessidade de alguma tradução, e também para anotar todos os ítens discutidos.
Nessa reunião o comandante brasileiro foi perguntado a respeito de algum assunto de rotina do batalhão e, como não falava inglês, teve dificuldade para entender e responder de imediato. O major estava presente, mas não teve tempo de ajudá-lo, porque o indiano se adiantou e falou ásperamente:
"Aqui, pelo menos as pessoas no comando deveriam falar inglês!"
Quando o major traduziu o comentário do indiano, para o português, o comandante brasileiro se enfureceu e falou bem alto:
"Para sua informação, Sr. Comandante Geral, o Brasil nunca foi colônia britânica e, porisso, nunca fomos obrigados a aprender inglês!"
Novamente, o major traduziu e assim que todos ouviram, fez-se um silêncio constrangedor.
(Este fato me foi contado pelo major da estória acima. O tom do diálogo não precisaria ser tão rude, mas discordo do comandante brasileiro. Acredito que saber falar outras línguas é cultura. E falar inglês hoje é uma necessidade).