A voz da razão

O comunismo é uma ideologia socioeconômica revolucionária, elaborada pelos alemães Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895), estabelecendo a aniquilação do capitalismo pelas lutas de classes, o fim da propriedade privada e a instituição de um partido político único. Prega uma sociedade igualitária, sem classes sociais, baseada na propriedade comum e no controle dos meios de produção. Concebe um Estado livre, no qual as decisões sobre o que produzir e quais as políticas a seguir são tomadas coletivamente. O processo decisório, político e econômico cabe aos membros da sociedade.

A história narra a instauração do comunismo na União Soviética e na República Popular da China, espalhando-se por diversos países, alguns por imposição da malfadada União Soviética. Cidadãos da Polônia, Tchecoslováquia, Hungria, Romênia, Albânia, Alemanha Oriental, Coreia do Norte e Cuba sofreram – e alguns ainda padecem martírios – por relutarem às ideias de Karl Marx, Vladimir Lenin, Joseph Stalin, Leon Trotsky, Mao Tse-tung e outros déspotas defensores de uma ideologia que não produziu efeitos positivos por onde foi divulgada, defendida e implantada.

Milhões de vítimas oposicionistas foram massacradas barbaramente pelos que lhes impuseram esse regime autoritário, ateu e condescendente com a barbárie que praticam desumanamente. Apelo para o conhecimento e à lembrança do leitor a fim de não citar a tirania dos comunistas nem os fracassos econômico e sociais de suas ideias retrógradas. Alerto, todavia, para a atual situação política do Brasil, perto de se aventurar nesse “barco furado”, pilotado por Cuba, Venezuela e Nicarágua, principalmente. A Argentina, Bolívia, Equador, Peru e outros países da América Latina já fazem parte dessa infeliz tripulação, navegando por águas tempestuosas. Caso o eleitor não saiba proteger a si e a sua família dos males que advirão com mais um período de administração “vermelha”, estaremos perdidos.

Recebi e-mail de um amigo internauta, dando-me conta de entrevista do Papa Francisco, concedida na ocasião em que ainda era Cardeal da Igreja Católica, na Argentina. A entrevista do hoje chefe supremo da Igreja Católica foi concedida a um jornalista de nome Mathews, comunista convicto e alucinado defensor da ideologia ainda fascinada por pessoas iguais a ele. Esse representante da imprensa internacional vermelha, cujo nome completo não me foi citado, é fascinado pelo regime comunista.

Não sou católico. Nem por isso deixo de entender essa entrevista como a mais lúcida e coerente opinião sobre o comunismo. Jamais li ou ouvi algo assim: sincero, firme, embasado em indiscutível conhecimento da situação política e social do povo. O Cardeal Francisco, hoje tratado respeitosamente por Sua Santidade, do alto de sua inteligência privilegiada e de ideias firmes, não tergiversou em nenhum momento, a fim de esquivar-se das perguntas capciosas e polêmicas de Mathews. Foi incisivo.

O tal jornalista, tentando embaraçar o então Cardeal, perguntou-lhe o que ele pensava sobre a pobreza do mundo. Em resposta, ouviu o seguinte:

"Primeiro na Europa e agora nas Américas, alguns políticos têm se dedicado a endividar as pessoas, fazendo com que fiquem dependentes. E para que? Para aumentar o seu poder. Eles são grandes especialistas em criação de pobreza e isso ninguém questiona. Eu me esforço para lutar contra esta pobreza. A pobreza tornou-se algo natural e isso é ruim. Minha tarefa é evitar o agravamento de tal condição. As ideologias que produzem a pobreza devem ser denun-ciadas. A educação é a grande solução para o problema. Devemos ensinar as pessoas como salvar sua alma, mas ensinar-lhes tam-bém a evitar a pobreza e a não permitir que o governo os conduza a este estado lastimável".

Mathews, ofendido, pergunta-lhe: “O senhor culpa o governo?”. Respondeu-lhe Francisco:

"Eu culpo os políticos que buscam seus próprios interesses. Você e seus amigos são socialistas. Vocês e suas políticas são a causa de setenta anos de miséria, e são culpados de levar muitos países à beira do colapso. Vocês acreditam na redistribuição, que é uma das razões para a pobreza. Vocês querem nacionalizar o universo para poder controlar todas as atividades humanas. Vocês destroem o incentivo do homem, até mesmo para cuidar de sua família, o que é um crime contra a natureza e contra Deus. Esta ideologia cria mais pobres do que todas as empresas que vocês classificam de diabólicas".

Mathews replicou; “Eu nunca tinha ouvido nada parecido de um cardeal”. Francisco continuou:

"As pessoas dominadas pelos socialistas precisam saber que têm que ser pobres".

O jornalista perguntou: “E a América Latina? O senhor quer negar o progresso conseguido?”. Sereno, respondeu-lhe Francisco:

"O império da dependência foi criado na Venezuela por Hugo Chávez, com falsas promessas e mentindo para que o povo se ajoelhe diante de seu governo. Dando peixe ao povo, sem lhes permitir pescar. Se na América Latina alguém aprende a pescar é punido e seus peixes são confiscados pelos socialistas. A liberdade é castigada. Você fala de progresso e eu falo de pobreza. Temo pela América Latina. Toda a região está controlada por um bloco de regimes socialistas, como Cuba, Argentina, Equador, Bolívia, Venezuela e Nicarágua. Quem vai salvá-los dessa tirania?"

“O senhor é um capitalista!” – retrucou Mathews, indignado. A resposta foi rápida:

"Se pensarmos que o capital é necessário para construir fábricas, escolas, hospitais, igrejas, talvez eu seja capitalista. Você se opõe a esse raciocínio?"

...

Disse mais o Cardeal:

"... Vocês socialistas, criaram o estado de bem-estar que consiste apenas em atender às necessidades dos pobres, pobres esses que foram criados por vocês mesmos, com a política intervencionista, retirando da sociedade a sua responsabilidade. Graças ao estado assistencialista, as famílias deixam de cumprir seus deveres para obterem o seu bem-estar... E algo que me irrita profundamente, é o fato dos meios de comunicação observar o problema sem conseguir analisar o que o causa. O povo empobrece e em seguida vota em que os afundou na pobreza".

Eis uma reflexão sóbria, inteligente, disponível para quantos buscam o reencontro do Brasil com a honestidade, o combate à inflação, o desenvolvimento econômico e social, e com a implantação de projetos eficazes para a educação, a saúde e a segurança pública. Reflita você também, caro leitor, nessas declarações. Tenha em mente as palavras da primeira ministra britânica, Margareth Thatcher, de saudosa memória: “O socialismo dura até terminar o dinheiro dos outros”. Você está disposto a contribuir para a mudança de “tudo isso que está aí”? Então não vote naqueles que nos atemorizam com projetos conflitantes com o pensamento e a tradição da família brasileira. Vote certo. Seja sensato. Um passo em falso poderá levá-lo ao precipício, Aí será tarde demais!