MACAQUICES

Antigamente quando tirar um sarro do outro, era somente o ato de botar pilha e não a violência como tudo é tratado na atualidade, usávamos muito o termo “macaquice” para definir imitação. E o que vemos hoje na era midiática é pura macaquice viral! Vou chamar de: “o vírus do macaco”, para ficar um pouco modinha, gerar alguma polêmica e ser comentado.

É tudo instantâneo e fútil, uma aparição explosiva que, sei lá o porquê, impulsiona milhares, milhões de pessoas a fazerem o mesmo. Pode ser uma dança, uma frase, um ato besta, para muitos se empenharem em reproduzir sem ter a menor consciência do que estão fazendo. Acho que é só pelo prazer de estar participando, mas por que não usar a mesma vontade para participar de coisas realmente importantes?

Se você ainda não mostrou, vai preparando o seu “rego”, porque já tem gente mostrando o cofrinho para as lentes e postando nas mídias. É de uma mediocridade absurda e tamanha que desanima acessar a Internet. Aliás, as primeiras falações sobre Internet davam conta de que poderíamos acessar museus de todo o mundo em casa, que os alunos teriam uma poderosa ferramenta educativa para pesquisas.

É verdade, os museus são acessíveis, mas a gente tem que “topar” com baldinhos de água gelada, fotos do antes e depois das celebridades, cobra vomitando cachorro, cabeças decapitadas, selfies com animais de estimação, professores cantando e dançando na sala de aula, meninas brigando e imbecis incentivando, atletas balançando as mãos com os polegares levantados, rei disso, rainha daquilo, as famosas “febres” da Internet.

É tudo do mesmo e mais um pouco de mesmice na cabeça média do homem mediano.

Ricardo Mezavila.

Ricardo Mezavila
Enviado por Ricardo Mezavila em 03/09/2014
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