Avenida Desolada

Eu sigo todos os dias por essa avenida.

Eu vejo a noite apática, poucas estrelas no céu e a lua amareladamente feia e minguante. Observo as árvores com suas folhas paradas, pessoas voltando para suas casas e crianças correndo na rua da frente.

Na calçada um lápis com a ponta quebrada.

Nessa avenida existem vários buracos no chão. Que me fazem lembrar do meu, aquele que deixaram no meu coração.

Acordo de manhã e vejo minhas roupas folgadas e me surpreendo, não só as roupas, mas parece que nada se encaixa.

Ao entrar no ônibus vejo garotas sorrindo ao olhar o celular, elas conversam com alguém que as fazem ficar assim... feliz!

Então olho para dentro de mim e percebo o tamanho do vazio que ficou, a grande falta que um alguém me faz.

Estou aqui escrevendo e meus cachos continuam ao vento. Porem, a lua não é mais só nossa.

Judy Cavalcante
Enviado por Judy Cavalcante em 09/08/2014
Reeditado em 09/08/2014
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