Um Velho e o Amor.
Disputavam os gregos em longos debates sobre as múltiplas formas das manifestações do "amor", reuniam-se os filósofos à todos os lados, e de todos os cantos saiam várias opiniões sobre o tema, uns diziam: "O amor só é amor quando vivido entre os verdadeiros amigos, não há amor fora da verdadeira amizade, como dizia o grande amigo nosso, 'O amigo é como alguém que divide a sua alma em duas partes, uma fica com ele a outra ele oferta ao amigo', todavia ia acalorando o debate no areópago, e assim outro grupo clamava em plenos pulmões: "Sem a paixão, sem o erós, sem esse fogo arrebatador que em eras imemoriáveis, segundo reza os mitos, seduzia até os deuses do Olimpo, não há amor.", um menor grupo, representando os filósofos do deserto falava baixinho: "O amor na sua manifestação caridosa é o amor na sua plenitude". Sem perceber, uma linda jovem interpretava o quê um velho persa lhe dizia, ia balbuciando com dificuldades, enquanto todos notavam os traços do tempo sobre as marcas em seu rosto já marcado pela velhice, e assim a linda jovem traduzia na linguagem dos gregos atenienses as seguintes palavras: "O Amor, não tem inicio, meio e fim... o amor, só é amor quando vivido em toda sua universalidade, eu disse uni - versalidade, sim, uni, de UNO, o amor é uno, e é diversificado, não tem uma só forma de se manifestar, tem sim, uma única forma de se conhece-lo: vivendo-o ao invés de falar sobre ele... Por isso... Ame... sendo amigo, amante e caridoso tudo ao mesmo tempo e na mesma dimensão, como se fosse a última vez que tivesse a oportunidade de amar alguém". Em seguida com a cabeça baixa, escorado em seu bastão, com auxilio de sua discípula, o velho persa, se retirava, enquanto todos, um a um se calavam e iam pouco a pouco saindo de mansinho aos seus lares, enquanto o sol ia se pondo, sobre a linda cidade de Atenas.