Desproporções
Hoje já são computadas 800 mortes pelo lado palestino contra talvez menos de 50 do lado israelense. Melhor seria, é claro, que não houvesse óbitos em nenhum dos dois lados. Mas nisso o embaixador de Israel tem razão: a desproporção está ao nível ou supera a derrota do Brasil para a Alemanha por 7 a 1.
Um dos primeiros países a reconhecer o Estado de Israel foi o Brasil. Que agora é chamado pelo embaixador israelense de “anão diplomático”. Pelo fato, talvez para ele sem a menor importância, de o governo brasileiro não aceitar o bombardeio de escolas, onde estudam crianças. E a provável pretensão, segundo nos parece, da “diplomacia israelense” de favorecer o extermínio da população palestina residente na Faixa de Gaza.
Mas o que incomoda quase tanto quanto tudo isso é o fato de algumas pessoas acharem que o Brasil devesse ficar calado diante de toda essa barbaridade. E que se não o faz, é porque a Dilma tem medo de não ser reeleita. Matéria que caberá ao povo brasileiro decidir. Tem coisas no governo dela com as quais não concordamos. Mas isso é outra história. O que não podemos prescindir é do direito à nossa soberania e de nos manifestarmos com independência a respeito de atos criminosos que chocam o mundo todo.
Rio, 25/07/2014