TUDO PARA VER MARIA
A noite ia avançando, o frio e a neblina começava a se levantar nos vales.
A lua cheia prateada no céu clareava as altas horas da noite de tal forma que mais parecia o amanhecer.
As estrelas do céu estavam ofuscadas com a claridade lunar naquela noite de julho.
Subia montes e descia montanhas, embalava pelas baixadas e vales e a lua cheia parecia estar vigiando aquele longo percurso.
Os ouvidos apenas escutavam os sons do vento provocado pelo carro naquela pista que ia cortando os rincões das Gerais.
De vez em quando alcançava um veículo que viajava na mesma direção e logo ia ficando para trás na imensidão daquela noite julina.
As horas iam passando, os passageiros em silêncio e o vento frio soprando contra o veículo.
O carro em velocidade máxima permitida pela rodovia ia a todo vapor, subindo e descendo, fazendo curvas e recebendo a luz do luar.
Pelos campos, as moradias silenciosas e fechadas eram percebidas por aquela luz que mais parecia querer engolir aquela atípica noite enluarada.
Quando entra a alta madrugada prateada pelas montanhas da Zona da Mata Mineira, o destino final da viagem é usurpado.
Noite inesquecível que ficou na vastidão do tempo.
Noite clara como o dia.
Noite guardada na memória.
Noite da grande viagem para ver pela última vez Maria.
Noite fria e enluarada!
É isso aí!
Acácio Nunes