A vida e o efeito bumerangue
Precisamos ter muito cuidado com aquilo que desejamos aos outros. Acredito plenamente que o bem ou o mal que você me deseja volta para você de bandeja. Já vi a vida se vestir de carteiro para devolver muitas encomendas por aí.
Vi gente recebendo de volta o amor que deu, a generosidade que nunca lhe faltou, o perdão, a tolerância, o companheirismo. Mas também vi encomendas pesadas chegando aos seus respectivos destinatários, lotadas de ingratidão, intolerância, intransigência e ódio.
Somos humanos, eu sei. Somos falhos, eu sei também. Mas isso não nos dá o direito de ser crueis, de olhar para o outro de cima para baixo e com cara de nojo, como se fôssemos os doutores da razão e da perfeição, seres sem recalque algum e constantemente equilibrados.
Eu já errei tanto. Já dei tanto murro em ponta de faca. Mas também já fui motivo de tanta celebração. Você não? É impossível passar pela vida colecionando apenas acertos ou somente derrotas. Teremos o nosso tempo para errar, acertar e aprender, mas em nenhum desses casos nos será dado o direito da selvageria e desumanidade.
O espelho existe para denunciar quem somos. Exatamente quem somos (até a maquiagem precisa dele para não ser excessiva). E encarar o espelho com a intenção de não se esconder de si mesmo é atitude dos fortes. Ver o sangue escorrendo pela canela de quem nos feriu, desejar a morte a alguém que, porventura, nos tenha feito mal é colaborar com a proliferação do poderoso vírus do ódio e da ilusão.
Cuide dos desejos do seu coração!