VENDERAM A TORRE EIFFEL !
Em meados da década de 20 do século passado, Lustig, um escroque nascido na antiga Boêmia, que já havia aplicado golpes na França e nos Estados Unidos, planejou junto com um comparsa americano a venda da Torre Eiffel. Instalados num hotel de luxo em Paris, exibindo documentos falsos tanto do Presidente da República como do Primeiro Ministro autorizando tal negociação, anunciaram a venda das 7 mil toneladas de ferro, em lance secreto, aos cinco maiores sucateiros da França. E transportaram em luxuosas limusines os interessados para uma visita técnica à torre, onde os empregados também acreditaram que se tratava de verdadeiros representantes do governo. Alguns dias depois receberam oferta de um candidato e até pediram comissão para ajuda-lo a ganhar a concorrência. Negócio fechado, evadiram-se. O infeliz comprador só descobriu a trapaça quando foi à prefeitura buscar as planilhas para começar a operação de desmonte da torre.
Escondidos em Viena, os escroques perceberam que a negociação não tinha sido noticiada pelos jornais. Então voltaram a Paris e tentaram dar o golpe novamente, agora para o segundo interessado da lista. Mas este, que não era ingênuo, os denunciou à polícia. Mesmo assim, os dois impostores conseguiram fugir pegando o primeiro navio para os Estados Unidos e lá continuaram a fazer trapaças por longos anos. Em 1935 Lustig foi preso em Nova York. Antes do julgamento conseguiu fugir da cadeia, mas foi capturado uns dias depois. Condenado a 15 anos de reclusão na ilha de Alcatraz, morreu em 1947, de pneumonia.
Victor Lustig foi criado na alta burguesia de seu país, frequentou as melhores escolas, foi estudante brilhante e era fluente em várias línguas. E como resolveu fazer fortuna a qualquer preço, tornou-se um dos maiores impostores da história, ladrão, trapaceiro e mentiroso contumaz.
(*) Texto inspirado em “O Homem que vendeu a Torre Eiffel” (de Tom Pavesi).