Ah! Tem dó!!
João gosta mesmo de mim. Gosta tanto que me deu uma sacola cheinha, cheinha mesmo de goiabas do seu quintal. Sabe, daquelas goiabas do pé carregadinho, difíceis até de pegar!
Pois é! João encheu uma sacola e levou lá pra minha casa:
-Menino! Ouvi dizer que você gosta!
- Claro, João! Demais!
João se foi me deixando com a sacola na mão.
Olhei dentro, muitas mesmo! E agora, eu sozinho, o que fazer com aquele tantão de goiabas? Comer não daria! Demais! Já sei! Um doce, pensei!
- Alô, pai, como é que se faz doce de goiaba?
Depois das instruções, fui eu!
Esse negócio espirra que só vendo! Aff!
Depois de um tempo, digo, tempão, misturando e espirrando, espirrando e misturando, acho que umas quatro horas de musculação forçada na panelona de doce, ficou pronto! Ufa!!
Até que ficou bom, compensou a trabalheira!
Já era noite, tomei meu banho e fui dormir, a lida do outro dia me aguardava.
O dia até que passou rápido; quando se tem muito serviço é assim mesmo. Chegar em casa sempre é muito bom depois do trampo.
Mas qual não foi minha surpresa quando cheguei em casa e vi a porta arrombada...
Sala bagunçada, quarto todo revirado, cofrinho da filha sumiu, até banheiro cheio de passos barreados... o que mais, hein?!
Fui à cozinha tomar uma água, abri a geladeira... não acreditei! Meu doce de goiaba, o doce que deu tanto trabalho, estava aberto, sujo, parecia que tinha recebido uma mãozada daquelas! Aff!! De novo!
Sentei no chão, mãos na cabeça, tristeza! Não pelo arrombamento só, pelo sumiço do cofrinho, pela bagunça ou sujeira... mas meu doce, que deu tanto trabalho! Teve que ir todo pro lixo!!! Aff!!!