ROSA DOS MILAGRES

Fazebenza. Soa mais que ofício. Fezibenza assim comigo e aqui estou: é dádiva, é dom! Aqui estou porque sempre tive, mas não, tipo não reza, não pede, não chora, mas recebe, pois merece, e está aí – porque estou aqui: fazebenza – o seu destino. Pra isso que me presto agora, pois sou não mais antes, sou então agora nunca o que nunca até aqui: estou aqui e agradeço, sempre tive, mas não.

Dava com uma satisfação na cara a velha que de velha tinha a idade que não carregava no tempo mas na cesta de balaio como quem traz sempre à frente o passado e sempre acaba no futuro. Virou-se dizendo sorriso, pois viradas ficou: todas as coisas tocadas com benzadeja e nenhum verso e nenhum toque e nenhum gesto e nenhum posto e nenhuma posição que a si e mesma dê em alerta, apenas benzadeja devoção. Coisa pouca, mas não. Distraiu-se. Seriedade é só um fato exato do presente equivocado.

Se silêncio fala por quem, resto é tramela. Toda geração é uma questão de fase, toda geração triste é, se a felicidade seja mote. As pontuações mudarão as frases, mas não ordem dos fonemas, posto que o Universo seja espelho, há sempre o oposto refletido n’algum ponto em dimensão. Benza o mundo que me atulha, mesmo mundo em si não há, sendo a sombra que me atura pra dizer que o sol está.

Fazebenza: o seu milagre é a minha chama. Agradeço-me assim, creio não creio não, crer é muito: na insurgência. Mas o mundo capotou, isso paro e desço e vejo: fezibenza o meu destino, assim comigo agora estou. Preciso recortar os vãos da vida, preciso esquecer-me de comparar, assim seja, bezadeja. Flor não feita pra cheirar, mas aroma pleno e pulsa, coisa feita para o ar. Seja sempre, oh fazebenza, sorriso a os colocar. Obrigado se faz pouco: agradecimento é um gesto que não dá.