Como resposta, uma flor!

Acordei bem cedo naquele dia, pois, seria meu primeiro dia de aula em uma cidade nova. Abri a janela do meu quarto e percebi que uma garota que morava ao lado da minha casa, estava pegando uma carta que haviam deixado em sua calçada. Não era do correio, pois ela deixou como resposta uma flor no mesmo lugar, e sorriu. Fiquei feliz só de pensar como ela era admirada pelos outros.

Arrumei e fui para a aula. Quando voltei, na porta de casa notei que a garota esperava o ônibus para levá-la para o colégio, pois diferente de mim ela estudava a tarde.

Mas, para a minha surpresa, quando o ônibus chegou, todos começaram a ofendê-la. Assustei. Nunca passaria pela minha cabeça que ela sofria bullying. Entrei decepcionada, e fui fazer minhas tarefas.

A partir daquele dia então,vi que as cartas vinham frequentemente e ela dava sempre como resposta, uma flor. Minha curiosidade foi tão grande que um dia resolvi perguntar o que havia naquelas cartas. E foi com um sorriso no rosto que ela me respondeu que eram xingamentos horríveis!

_Mas por que fazem isto? E como continua sorrindo? E por que a flor? Eu fazia uma pergunta atrás da outra.

_A gente nunca sabe o porquê! Sorriso? Bom, isso foi minha mãe quem me ensinou. Ela dizia que é sempre bom contrariar quem não quer o nosso bem, e qual a melhor forma, senão sorrir diante de uma decepção? A flor é pura, tem sua essência própria, mas um dia ela seca, só depende do tempo.

_Mas, o que isso tem haver com eles?

_Tem haver que o tempo vai passando, a oportunidade de encontrar sua essência um dia acaba, e recuperar o tempo perdido, é impossível!

Paula Feroli
Enviado por Paula Feroli em 23/02/2014
Reeditado em 21/07/2015
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