Descobrir
Aprender é importante. Todas as vezes que se menciona essa frase, um ar de hipocrisia e vontade de quantificar tudo se apresenta. É como se quiséssemos tornar a vontade, isto é, o desejo, um número. Não tenho nada contra a matemática. Acho, inclusive, que ela é divina. Tornar as coisas imateriais materiais, não é algo para qualquer um. E a linguagem matemática, incrível, faz esse intento.
No entanto, aprendizagem antes de ser importante, é desejante. Ou seja: não se aprende. Ninguém está preocupado somente com isso. A preocupação, anterior, é com a descoberta. O que faz a platéia ficar extasiada diante do mágico é sua vontade surpreende de enganar os sentidos. Isto é, de revelar algo ali, na sua frente. De mostrar algo que você não conhecia. De te enrolar por alguns instantes e te fazer neném. Te fazer voltar para o colo do papai e descobrir o objeto escondido atrás de sua orelha. Essa vontade de descoberta, é da infância, mas é também do adulto.
O que torna o adulto tão hipnotizado pelo ensino é sua vontade de revelar para um Outro (alunos) a descoberta. Afinal, aprender é algo importante.
Mas, certamente, descobrir não só é importante; é, antes, interessante!