O Espelho
Ao olhar no espelho daquele quarto pude ver uma sombra, algo como uma criança.
Vi nos olhos daquela criança o espelho da minha própria alma cansada, a criança que eu vi ao voltar meus olhos para o espelho no canto do quarto, era eu. Eu estava ali, parado, no mesmo lugar que estive a 12 anos atras, aquele não era meu quarto, era apenas um quarto de uma casa qualquer, cuja a qual eu nem lembrava mais de sua existência.
Mas mesmo assim, la estava eu, parado no canto daquele espelho sujo e empoeirado, no qual ainda podia ver meus inocentes olhos claros, os mesmos olhos que hoje se tornarão frios e escuros, sem o brilho daquela criança que estava brincando no velho quarto empoeirado.
Sim, eu estava novamente em casa, mas desta vez estava sozinho, triste coincidência do destino ou talvez alegre fato?
Me perguntava a todo momento, o porque de tanto tormento, era apenas um espelho, um espelho antigo em um quarto velho e abandonado. Eu olhava para as paredes e para o espelho, era ironicamente aterrorizante estar de volta a um lugar tão familiar e empoeirado. Não, não tinha como esquecer, os gritos que eu ouvira antes ali, ali naquele calmo quarto velho, a criança do espelho sorria. Eu me confrontava por estar ali, doce família, doce lar.
Eu estava no canto daquele velho quarto, olhando para o empoeirado espelho de minha irma, naquela velha e abandonada casa dos meus pais.
E só uma coisa me vinha a mente neste momento, o culpado sempre tende a voltar ao palco.