Arte Moderna
A pintura moderna totalmente abstrata, nunca me atraiu muito, já gostei de alguns quadros abstratos do Kandinsky, mas via sem ter olhar. A pintura concreta então, não me remetia a muita coisa.
Comecei a ler o livro do Caetano Veloso, “Verdade Tropical” e a forma com que ele aborda os poetas concretos, a arte moderna e concreta em geral me deixou curiosa, com uma excitação de querer mais da arte, da poesia moderna. Influenciada por este livro, acabei por assistir um documentário sobre Piet Mondrian na TV. Estava acompanhando enquanto contavam a história deste pintor abstrato (pintura neoplástica) e o que ele queria alcançar: uma arte espiritualista, uma arte reta com alguns pequenos estímulos de cores primárias e somente elas além do preto e do branco. Os quadros foram passando e eu a pensar em nada, somente escutando os comentários e acompanhando o passar de quadro em quadro outro quadro e acho que era um pouco hipnótico, de repente eu me dou com um espaço, um vazio, um paralelo dentro daqueles quadrados tem outro lugar, tem outro espaço, tem um espaço em branco e este branco grita dentro da sua delimitação, era o nada, era tudo? Minha mente aguçada e, esse espaço se abre, os espaços coloridos começaram a brincar por serem poucos, únicos, eu sorri, meus sentidos aguçados, eu fui. Marinheira de primeira viagem...
Saí à noite e tomando uma cerveja com minha amiga Carol e contando para ela esse meu primeiro contato mais sensível com a arte concreta. Ela me responde: - Meu professor de direito contou para nossa classe que quando ele abordava certo assunto, sempre explicava esse assunto com o mesmo exemplo, até que um dia ele estava exemplificando e foi falando alto e mais alto e mais alto, aí um aluno perguntou – “Professor, por que você está gritando?” e o professor respondeu exaltado – “Porque agora eu entendi!”.