PAREDES DO PASSADO

Invoquei o meu lado brilhante da vida, porém foi ofuscado pela intransigência do meu passado. Comemorei minha essência de ralé, julgando assim ser compreendido. No entanto tive decaídas imensas por ser fraco e medroso de assumir tudo o que veio de bandeja para mim. Conluio a advertência comigo mesmo. Insensato fui em deixar alguém adquirir forma em minha existência, pois bocejei de manhã e dormir a tarde sempre foi o meu interregno de subterfúgio em julgar-me que sou assim. Na caminhada vislumbro sendas estreitas e nunca cogitei ou sonhei com estradas largas. Tenho sido driblado por pernas de pau a vida toda.

Hoje mesmo fui fintado, só que o ignóbil ainda não marcou o tento. Agora me sinto sentado num formigueiro, me coço até sair sangue, mas a beleza da amizade e doçura de minha amiga não me deixa solitário.

Quero entoar canções em que a telepatia pense em buscar no recôndito de sua alma, o refugio que sempre me pareceu onírico.

Busco um salvo conduto pra minha intergalática teimosia, pois o exarado costume de ser acanhado sobressaiu desse corpo desarranjado.

Assiduamente assevero todos os dias ultrapassar as paredes do passado. Sei que sou errado em pensar assim, mas debuto e sei que não durarei pra sempre...........