As três fases do Campeão da América
As três fases do Campeão da América
O Atlético campeão da Libertadores é um time que prezou o futebol ofensivo. Atacava até com nove jogadores. O goleiro (São Vítor) atuava muitas vezes como zagueiro. Em suma: um time que tem a opção pelo ataque em seu DNA.
O Galo, é assim que nós seus torcedores nos referimos a ele, começou a Libertadores de forma surpreendente, jogava ofensivamente fora e dentro de casa. Foi a sensação da primeira fase da Copa Libertadores – marcou dez gols em um time argentino. Encantou a América não azul.
Veio a segunda fase. Galo favorito – favorito é aquele que todo mundo acha que vai ganhar, mas que ainda não ganhou nada. Melhor campanha da primeira fase. Enfrentamos o São Paulo e atropelamos! Termina aí a primeira fase do Atlético em 2013.
Vieram as quartas de final. Daí em diante não encontramos a mesma facilidade. A forma de jogar da sensação da Copa já era conhecida. Resultado: não obtivemos o mesmo sucesso fora de Casa e continuamos arrasadores no Horto. Detalhe do que estou chamando de segunda fase é que o Galo (equipe e torcida) menosprezaram o Tijuana no jogo do Horto. Quase fomos eliminados, mas estava escrito e o Galo, de forma brilhante e com muita emoção tornou-se Campeão da América.
Assim, passo a última fase de 2013. O Galo pós Libertadores passou a viver a ressaca do título. Poupou todo o time titular no clássico contra o Cruzeiro. Jogou o brasileiro como treino. E nesse treino brilhava no Horto e jogava de forma burocrática fora de casa. Contusões, cansaço desinteresse... Mas havia o Mundial de Clube da Fifa – o foco estava no Mundial e no Bayern de Munique. Contudo, no meio do caminho havia o Raja Casablanca. O jogo era em Marrocos, casa do Raja, e mantivemos a mesma receita da Libertadores: jogo ofensivo, quase kamikaze, nenhuma cautela. Some-se a isso o maior equívoco do Galo – menosprezo. Menosprezo pelo adversário desconhecido. Nem a torcida (me incluo aqui)e nem a equipe imaginaram que o “pequeno Raja” poderia surpreender. O foco estava no Bayern, mais um jogo para cumprir tabela como ocorreu no Brasileirão 2013. Jogamos mal, mas mesmo assim empatamos o jogo. Placar de 1 x 1 até os 37 do segundo tempo. Mas nossa falta de cautela, nossa vocação kamikaze e nosso menosprezo retornaram. Poderíamos ter administrado o jogo para vencer na prorrogação. Brincamos com fogo e morremos queimados.
Agora é pensar no ano de 2014, repensar nossa vocação kamikaze para o ataque e lembrar que não se ganha a Libertadores por acaso. Temos um dos melhores elencos do Brasil. No balanço do ano, dois títulos, um de menor expressão sobre o maior rival.