CARA,ONDE ESTÃO MEUS ÓCULOS?
A história que hoje vou contar não remete a minha infância, nem mesmo é uma de minhas lembranças. Essa crônica foi relatada por minha mãe numa visita a sua casa. Disse ela para mim: “meu vizinho anda perdendo seus óculos das formas mais inusitadas possíveis”. Essa frase aguçou minha curiosidade e claro uma fonte de inspiração para meu texto.
Certo dia “este homem” saiu para pescar com os amigos. Aproveitou o dia, tomou sua cervejinha, conversou bastante, riu muito e claro pescou muitos peixes. Na hora de rumar para casa, começa a perguntar: “alguém viu meus óculos? Não sei onde larguei.” Procura daqui, procura dali, e nada dos óculos aparecer. Resolveram voltar pra casa sem encontrar o que procuravam. Durante essa volta chovia muito, o para-brisas do carro trabalhou muito.
No dia seguinte, a esposa de um dos pescadores de fim de semana, liga para “este homem” e diz: “adivinha onde estavam seus óculos?” Ele ao telefone pergunta: “onde estavam?” Aos risos, ela responde que eles estavam no para-brisa do carro. Inacreditável que este ainda estivesse intacto.
Em outro fim de semana de acampamento “este homem”, esteve na casa de um amigo em comum, para jogar redes nos açudes. Horas vão e horas vêm, e o grupo de amigos então resolve jogar a terceira rede. Eis que de repente um deles grita, perguntando o que é aquilo que brilha lá na rede. Para espanto do grupo ao puxar a rede de volta, o que encontram? Os óculos “deste homem”. O riso foi geral. Que local pra se perder um óculos.
Seguindo na odisseia “um homem e seus óculos”, ele é um homem que gosta de mexer com a terra e plantar suas hortaliças. Certa manhã, “este homem” lidando com seus agriões, perdeu uma das lentes dos óculos, mas sem perceber de imediato. Terminada a lida, retorna para casa. A esposa percebendo a falta da lente, pergunta a ele: “onde está sua lente?” Retira rapidamente os óculos e verifica.
Correu de volta ao local onde estavam plantados os pés de agrião. E procura, remexe a terra lamacenta, vasculha na água que se acumula no terreno e nada da lente aparecer. Fica naquela busca por uma hora. Mas não se dá por vencido, durante quinze dias ele realizou essa rotina de: procurar, remexer e vasculhar. Mesmo ouvindo dos familiares que aquilo era tempo perdido, que ele fosse logo comprar outra. Do que adiantava ficar procurando. E isso se seguiu nesses quinze dias.
Eis que o inusitado, o inesperado aconteceu. “Este homem” encontrou a lente desaparecida. Estava toda cheia de lama. Precisava de uma boa limpeza. E logo estaria de volta ao seu devido lugar. A família parecia não acreditar que aquilo fosse possível. Depois de quinze dias ainda ser encontrada.
Perder e achar os óculos estavam virando uma rotina para “este homem”, as cenas estavam cada vez mais engraçadas. A cada fim de semana uma história diferente. A cada relato gargalhadas eram dadas. A mim coube contar, e talvez um conselho emitir. Leve seus óculos a igreja e peça para o padre benzer, que assim ele não queira mais abandoná-lo. Ou pedir que este par de óculos se comporte e pare de querer criar situações inusitadas.