VAMOS TRATAR DE LIBERDADE SEXUAL

Ensaio:

Primeiro ponto: não adianta dissolver o conceito de amor com o de sexo, e achar que falar dos tabus sexuais é impedimento e preconceito ao amor alheio. Ora, o valor de uma paixão que você tem ou terá por alguém está relacionado ao valor da libido que você tem pela pessoa e pelo gênero dela. Ou seja, amor e sexo se relacionam simultaneamente. Na medida que a paixão, ciúme, saudades e amor guardam uma dependência de certo desejo sexual que você tem por alguém e pelo gênero sexual desse alguém.

Sendo assim, todo aquele que pense que liberdade sexual é ganhar o “direito” à exposição de sair pegando, transando, amando e namorando com qualquer um publicamente, não entende nada de liberdade, nem de sexo, nem de amor, muito menos sobre hábitos, costumes, obrigações e cultura. Cara, a liberdade sexual não está relacionada à sua exposição em que você se relaciona com fulano, fulana ou com fulano e fulana ao mesmo tempo. Pelo contrário, o excesso de exposição não traduz liberdade; mas aprisionamento dos seus ímpetos sexuais e amorosos. É uma coisa óbvia, se você tem o desejo de mostrar que deve expor sua sexualidade e paixões porque acha que merece esse direito, que reflete liberdade e democracia, se engana. Isso porque democracia é um conjunto de normas e quanto mais liberdade você tem, mais disciplina para não interferir na liberdade alheia se terá também, e quanto mais direitos, mais obrigações. Essa é a coisa mais óbvia do mundo. Quanto mais você se expõe que ama e tem desejo sexual por Sicrano, mais tabu se cria para você não ter outros desejos sexuais e amar outras pessoas. Estou sendo claro?

Resumindo, o que norteia o conceito de liberdade sexual é um princípio de preservação da intimidade e da não exposição pública dos desejos e afetos; não o “direito” de sair pegando e trepando todo mundo – homem, mulher, gato, cachorro e galinha - publicamente (sem que ninguém olhe torto). Não! Bolas!, quanto mais preservação de sua intimidade você tiver, mais liberdade sexual e amorosa de se relacionar com quem queiras terá. Quem você acha que hoje tem mais liberdade sexual: o Ricky Martin ou algum outro ator brucutu, fechadão, mas que se relaciona com pessoas de dois sexos sem que ninguém saiba? Ele se relaciona e satisfaz seus desejos naturalmente... Agora imagina o Ricky Martin trocando seu parceiro por uma parceira de novo, e depois trocando a parceira por outro parceiro... Veja o tamanho do escracho público que ele sofrerá. Isso é liberdade sexual?! O programa da SBT – Casos de “Família” – expondo a intimidade sexual das pessoas, assim como o programa da globo “Amor” e “Sexo’” e as novelas expondo a intimidade sexual de pessoas – heterossexual, homossexual, pedofilia, incesto, adultério, Bigamia... O que isso tem de liberdade sexual? Nada. Na verdade, aprisiona as pessoas a terem um tipo de desejo sexual, em que, se “optando” por um deles é esse desejo sexual e amoroso que você tem que defender.

Na moral, você acha mesmo que só porque um poder político e ativismos políticos de uma sociedade concedem “direitos” e faz luta política, respectivamente (sem que haja uma natural construção cultural) aos pedófilos de ter crianças como parceiras sexuais, ou os bígamos de casar com quantas pessoas quiserem, às pessoas de serem adulteras, os incestuosos relacionarem-se com parentes, pessoas do mesmo sexo se relacionarem, casarem e se exporem... Só por conta dessa concessão de “direitos” e “liberdades”, a sociedade terá assim, num passe de mágica, que aceitar tudo caladinha da Silva? E mais, só por conta disso, os heterossexuais bígamos, adúlteros, incestuosos e pedófilos, assim como os homossexuais, terão mais abertamente parceiros dispostos a isso? E se tiver, nós teremos uma sociedade calada, sem que reprove tais atos? Ou até acham, sinceramente, que essa dada sociedade deve mesmo ficar calada e não reprovar, se não foi essa base costumeira, habitual, obrigacional, normativa e cultural milenar que ela teve, se fundou, se civilizou, cresceu e desenvolveu?

É isso liberdade sexual e amorosa?

Agora se o que você quer é expor que ama e se relaciona com pessoa do mesmo sexo, crianças e adolescentes, com mais de uma pessoa... Por amor ou por finanças – seja homossexualismo, heterossexualismo, adultério, bigamia, pedofilia, zoofilia etc – porque é um “direito” das minorias em detrimento aos valores conceituais, morais, políticos e sociais da maioria, querendo que essa se cale, aceite e se prostre. Sinceramente, isso nada tem a ver com liberdade sexual, mas cultural. E será uma coisa muito difícil de se firmar, porque não é em décadas, com a mídia, artes, cultura e ensino que se mudará e moldará os valores culturais, políticos e religiosos, MILENARES, aos quais uma determinada sociedade se fundou, cresceu, civilizou e se desenvolveu. É balela achar que o ensino universitário, escolar, a TV, mídia, artes e cultura são, FÁCIL e muito PASSIVAMENTE, quiçá quase impossível, capazes de massacrar valores culturais (construídos ESPONTANEAMENTE em milênios) através de hábitos, costumes, obrigações, liberdades e direitos. De modo que, tais valores foram enraizadamente edificados de um modo natural, para se ter e manter uma organização e identidade sociais.

Já dizia Vargas Llosa: “não existe sociedade, quer dizer, convivência, sem um consenso dos seres que a integram, de respeito a certos ritos ou formas que devem ser respeitadas por todos”.

Portanto, se é liberdade sexual que você quer; preserve sua intimidade e terás tanto mais liberdade sexual quanto poderá viver mais amores sem a interferência social. Mas se é um novo formato de liberdade cultural, aí a coisa fica mais difícil, pois construí-la demanda outros tantos fatores que fogem à compreensão de certas vontades e desejos pessoais e grupais. Sinceramente.

Liberdade sexual é uma coisa e depende de preservação dos desejos; liberdade cultural, direitos e democracia outras, e dependem de normas e obrigações. Essa é a coisa mais óbvia do mundo.