DE DENTRO DA JANELA.
Extasiam-me os espetáculos vinculados às rotinas da Natureza,
São mais que lindos ou maravilhosos...
Se os descrevo como lindos, empobreço-lhes o potencial e lhes furto o
atributo da imparcialidade,
Definindo-os, simplesmente, como maravilhosos
Levo todos às ciladas das utopias e quimeras,
Incorrendo em falta, grandemente, pelo fantástico que são:
A chuva e todo o elenco que com ela atua, quer fertilizando a terra ou no purificar da atmosfera, volvendo-os mais apropriados aos seres que deles necessitam;
O sol com sua fluorescência acalentando o que é vivo, enquanto, tempestivamente, predispõe à vida o que ainda é dormente;
A própria vida no desdobrar do dia a dia, inclusive,
A morte embora, pela ignorância mal interpretada, é, entretanto, digna de apreço.
É ela que coroa o ciclo do que é tangível e para quem o nada é alguma coisa e tudo se iguala, tornando-se lhe indispensável - Por ser, soberanamente, imparcial!
Carente torna-se toda a lingüística aprendida diante das manifestações da Natureza, e nesta pequenez minha, são estes desdobros, mais que lindos ou maravilhosos, e ainda que antagônico, digo que são verdadeiros ESCANDALOS - Como todos os movimentos numa obra, às vezes ferem, causam perplexidades, separa, destroem, apavoram...
Contudo, o objetivo precípuo de toda construção é edificar.
Os movimentos ruidosos são, todavia, parte nesta construção contínua e ESCANDALOSA, o que é a vida em sua cotidiana dinâmica!
P.S. Enquanto posso é ainda sou ouvida, deixo em prosa o amor que tenho à Vida, mesclando-o às crônicas de um Serelepe, de quem gosto especialmente, que ainda não entende bem o fenômeno vida, que se recusa a ouvir sobre a morte, que tem medo de trovão, mas, bem de lá do fundo de sua fértil imaginação espera ver um raio cair, para daí transformar-se num tal Homem-choque – Pra quê?! Que sei eu!!
O certo é que como a grande massa da sua geração curte a chuva do lado de dentro da janela.