EM MEU QUADRADO

Em meu quadrado sou tragado pela escuridão,

Tem sido assim as minhas solenes madrugadas,

Porem sem tédio,já compreendi que me pertence,

Todo o silencio que é imperioso no meu quarto,

Ouço bradar vez por outro o canto agourento,

São as corujas fazendo buscas e apreensões,

Pobres morcegos perseguidos sem muitas chances,

voam as cegas com seus radares na imensidão,

A pouca luz, não lhes fazem diferenças,

Pois estes animais são deficientes visuais,

Disto daqui ouço a buzina do trem passando

Estes comboios varam por inteira minha cidade,

Antigamente carregavam os passageiros,

Mas hoje em dia eles transportam as variedades,

Desde areia para a construção civil, até o cimento

Que pavimenta toda cidade, são as nuances dum

Pais sem planejamento, pois os passageiro são

por ônibus transportados, não se conhece nem

lugar que agindo assim,

a eficiência neste transporte

Tenha logrado,o Brasileiro não é burro mas usa

A canga, e certamente se corrompe sendo comprado,

não vejo a luz nem se quer lá no horizonte,

Pois a desgraça ao nosso povo já está fadada,

Quando reflito os meus neurônios pegam fogo,

E somente a água não os tem refrigerado,

Não rezo mas pois a fé também desgasta-se,

Estou entregue a punição dos meus enganos,

Deterioro-me mas não adiro a ser sacana,

Creio que o mundo é o inferno vivo degenerando-se,

mas o universo a tudo vai reorganizando.

LUSO POEMAS 03/11/13