A FÁBRICA

Houve tempos, tempos distantes,tempos que não se vislumbram mais;já quase esquecido pelo próprio tempo que passou. Era assim, tudo no ritmo natural, sem pressa. Tudo transcorria em seu curso como havia de ser, sem atropelos,sem correria,sem estresse, tudo no seu tempo natural.Era o ritmo ditado pela natureza. Veio a fábrica, o patrão e o relógio.

A necessidade de se manter vivo o remete à fábrica insalubre, e ali passa a sua vida, confinado ao mecanismo instalado. diante das mãos fios, os mecanismos do tear, a força física consumida por horas e horas a fio. A fome faz doer até o amago. O relógio é o vigia do patrão; ele deseja arrancar-lhes os ponteiros que teimosamente vai adiante dele, cumprindo seu insensível trajeto. O estomago continua vazio, doem-lhe os músculos , as mãos calosas apressam-se em acompanhar o maldito relógio. Enfim ouve-se o apito da fábrica já é noite alta, vai para os seus. No caminho molha a goela com aguardente barato que lhe queima a garganta, então ele relaxa, deita-se por ali mesmo, adormece vencido pelo cansaço, afinal, pela manhã começará tudo de novo, tudo igual. Assim a vida segue!

Tina Rosa
Enviado por Tina Rosa em 26/10/2013
Código do texto: T4543375
Classificação de conteúdo: seguro