RASTROS DE LAMBARI/MG
PARQUE NOVO
PARQUE NOVO
Parque Wenceslau Braz — Antigamente as crianças da zona rural e da cidade, depois da missa iam alugar bicicleta no Parque Novo. Ir ao cinema a tarde também era um grande programa... Atualmente o ritmo não é o mesmo, mas continuam alugando bicicletas por lá...
As árvores parecem eternas, estão sempre do mesmo jeito. Centenárias testemunhas de declarações de amor e atos de amor em cima de suas raízes cobertas de capim e seixos. Há muitos anos contemplam lá do alto as gerações chegando e saindo. Uma criança, em busca do que estava por vir no amanhã, deixou de pedalar e de visitar o Parque. O dia que estava para chegar chegou e o menino foi esculpido em adulto. Então voltou ao Parque para ver e se era possível sentir e acomodar-se por alguns instantes no seu antigo ninho. Ficou sob a mesma sombra, os olhos puderam ver o mesmo verde tranquilizador fechando o céu. Sua mente procurou despertar aquela criança afoita e agitada que pedalava na suavidade da terra batida... não pôde ser despertada porque no momento presente outras estavam pedalando. Passavam na sua frente com o mesmo sorriso, colocando as rodas sobre as trilhas feitas no passado — o Parque, o ninho, era o mesmo, mas estava ocupado... Porém, notou algo em comum entre os meninos, os de ontem e de hoje eram iguais: envolvidos nas surpresas de suas vidas iniciais, viam muito, mas não percebiam a beleza que agora jorrava por entre as folhas, por entre os troncos e chegava inundando coração do adulto de encanto e saudade... (Jorge Lemos)
Livros: Mensagens Para Você e São Tomé das Letras e o Pacifista
As árvores parecem eternas, estão sempre do mesmo jeito. Centenárias testemunhas de declarações de amor e atos de amor em cima de suas raízes cobertas de capim e seixos. Há muitos anos contemplam lá do alto as gerações chegando e saindo. Uma criança, em busca do que estava por vir no amanhã, deixou de pedalar e de visitar o Parque. O dia que estava para chegar chegou e o menino foi esculpido em adulto. Então voltou ao Parque para ver e se era possível sentir e acomodar-se por alguns instantes no seu antigo ninho. Ficou sob a mesma sombra, os olhos puderam ver o mesmo verde tranquilizador fechando o céu. Sua mente procurou despertar aquela criança afoita e agitada que pedalava na suavidade da terra batida... não pôde ser despertada porque no momento presente outras estavam pedalando. Passavam na sua frente com o mesmo sorriso, colocando as rodas sobre as trilhas feitas no passado — o Parque, o ninho, era o mesmo, mas estava ocupado... Porém, notou algo em comum entre os meninos, os de ontem e de hoje eram iguais: envolvidos nas surpresas de suas vidas iniciais, viam muito, mas não percebiam a beleza que agora jorrava por entre as folhas, por entre os troncos e chegava inundando coração do adulto de encanto e saudade... (Jorge Lemos)
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