QUE COISA!
De repente, àquela pergunta, que pega de surpresa...
-Você já sabe?
Em fleches uma avalanche de assuntos passa pela cabeça, na tentativa de se responder o questionamento, mas, o espaço criado entre este e a resposta que se espera leva a uma nova pergunta.
- Então, você não sabia?
Decepcionante é o esforço em se estabelecer uma conexão segura, no entanto, não dá para ser outra a resposta.
- Infelizmente não.
- Morreu...
- Morreu!
Estende-se, então, um largo silêncio. A avalanche mental despenca de vez derrubando tudo quanto há no pensamento. Corre um frio por toda a espinha dorsal, o coração descompassa, surge um gosto estranho na boca e nenhuma palavra atreve-se a, apresentar-se, em socorro.
Um parente morreu.
Meu Deus!
Embora tenham sido poucas as vezes em que se cruzaram nos caminhos dessa vida, poucas tenham sido as palavras trocada, visto que pouco se conheciam... No entanto a escassez diz muito. Afinal eram parentes! E um sentimento invade a alma.
Lágrimas não caem!
Contudo, um vazio toma de conta do espírito. Até parece que os tais laços familiares deixam seu sentido figurado e são manipulados neste momento de modo a se sentir um aperto forte lá no íntimo fazendo a afetividade aflorar, num desejo de que os anjos de Deus conduzam o ente que partiu ao encontro da família espiritual que o dará acolhimento.
Apesar do senso comum, a morte parece mais unir que separar.