Ressaca Moral
Nós cursamos o colégio juntos, éramos do mesmo grupo de estudos.
Às vezes saía lá uma ou outra piadinha. Às vezes nos bailinhos, rolava um amasso mais forte. Mas eram outros tempos, onde um selinho já era compromisso para casamento.
Ele pegou seu canudo e foi pra Brasília com seus pais.
Eu fiquei aqui nesse interior do sul da Bahia.
Meu casamento foi lindo, padrinhos, amigos, cerveja gelada e uma coisa que me marcou muito. Ao invés de jogarem arroz como se faz tradicionalmente, jogaram pétalas de rosas.
Amei aquilo tudo. Amo há mais de 25 anos.
Tenho um casal de filhos. A vida é boa.
O telefone toca. Por sorte eu atendo.
Estarei aí na semana santa. Gostaria de te rever.
O temporal que se formava escurecia toda a casa,
ao longe raios e trovões.
Me flagrei arfando como uma potranca selvagem, galopando e saltando nos pastos verdes da região.
Ele chegou de carro preto, elegantíssimo. As mãos eram sedas. Brancas. A pele bem cuidada, cabelos de corte moderno. Um sorriso aberto. Um cheiro de homem, temperado com perfumes Armani.
Eu também estava enfeitada. Saia jeans branca, camiseta preta com detalhes prata, uma sandália que me levantava pelo menos uns 10cm.
Meus cabelos longos ajudava valorizar minha boca de lábios carnudos, que agora depois dos 40 anos ainda faz sucesso.
Bijouterias finas me fazia uma cigana chic, como diz meu marido quando está de bom humor, ou uma árvore de natal quando está zangado.
Cerimonioso abriu a porta do carro e ajudou-me a descer. Entregou-me a chave do carro, sua carteira de couro preta, e a chave do motel. Pediu-me que esperasse alguns minutos e entrou com uma valise
até meio grande para uma estadia tão curta.
Eu tremia como folhas de coqueiros em dias ciclone tropical. Minhas pernas não agüentavam meus 58kg. As mãos então, eram icebergs derretendo.
Eu estava em pânico.
Embora confiante, pois éramos amigos, a emoção, os medos, as curiosidades eram donas de mim.
Eu estava literalmente entregue às emoções.
Ele volta, me abraça carinhosamente, me toma no
colo e me conduz. Sussura para eu fechar os olhos. Coração queria sair do peito.
Suavemente, ao invés de me por na cama, me deixa pousar sobre um tapete lindo de pétalas de rosas das mais variadas cores. O quarto era todo pétalas de rosas, o corredor, a banheira, tudo. Minha cabeça dá mil giros. Viajo pros anos 80 quando me casei.
A emoção da vivência, somada as recordações me tiravam o fôlego, as forças, os nãos.
Um trovão mais forte me faz dar um pulo na poltrana.
O telefone fora do gancho.
Me levanto assustada.
Tenho que avisar meu marido.
Semana que vem nosso amigo de infância chegará com a esposa e filhos.
Nós cursamos o colégio juntos, éramos do mesmo grupo de estudos.
Às vezes saía lá uma ou outra piadinha. Às vezes nos bailinhos, rolava um amasso mais forte. Mas eram outros tempos, onde um selinho já era compromisso para casamento.
Ele pegou seu canudo e foi pra Brasília com seus pais.
Eu fiquei aqui nesse interior do sul da Bahia.
Meu casamento foi lindo, padrinhos, amigos, cerveja gelada e uma coisa que me marcou muito. Ao invés de jogarem arroz como se faz tradicionalmente, jogaram pétalas de rosas.
Amei aquilo tudo. Amo há mais de 25 anos.
Tenho um casal de filhos. A vida é boa.
O telefone toca. Por sorte eu atendo.
Estarei aí na semana santa. Gostaria de te rever.
O temporal que se formava escurecia toda a casa,
ao longe raios e trovões.
Me flagrei arfando como uma potranca selvagem, galopando e saltando nos pastos verdes da região.
Ele chegou de carro preto, elegantíssimo. As mãos eram sedas. Brancas. A pele bem cuidada, cabelos de corte moderno. Um sorriso aberto. Um cheiro de homem, temperado com perfumes Armani.
Eu também estava enfeitada. Saia jeans branca, camiseta preta com detalhes prata, uma sandália que me levantava pelo menos uns 10cm.
Meus cabelos longos ajudava valorizar minha boca de lábios carnudos, que agora depois dos 40 anos ainda faz sucesso.
Bijouterias finas me fazia uma cigana chic, como diz meu marido quando está de bom humor, ou uma árvore de natal quando está zangado.
Cerimonioso abriu a porta do carro e ajudou-me a descer. Entregou-me a chave do carro, sua carteira de couro preta, e a chave do motel. Pediu-me que esperasse alguns minutos e entrou com uma valise
até meio grande para uma estadia tão curta.
Eu tremia como folhas de coqueiros em dias ciclone tropical. Minhas pernas não agüentavam meus 58kg. As mãos então, eram icebergs derretendo.
Eu estava em pânico.
Embora confiante, pois éramos amigos, a emoção, os medos, as curiosidades eram donas de mim.
Eu estava literalmente entregue às emoções.
Ele volta, me abraça carinhosamente, me toma no
colo e me conduz. Sussura para eu fechar os olhos. Coração queria sair do peito.
Suavemente, ao invés de me por na cama, me deixa pousar sobre um tapete lindo de pétalas de rosas das mais variadas cores. O quarto era todo pétalas de rosas, o corredor, a banheira, tudo. Minha cabeça dá mil giros. Viajo pros anos 80 quando me casei.
A emoção da vivência, somada as recordações me tiravam o fôlego, as forças, os nãos.
Um trovão mais forte me faz dar um pulo na poltrana.
O telefone fora do gancho.
Me levanto assustada.
Tenho que avisar meu marido.
Semana que vem nosso amigo de infância chegará com a esposa e filhos.