O Fim dos Sapos

 
     Já ouvi dizer que todos os príncipes do mundo já viraram sapos há muito tempo. Também já ouvi que não existe no mundo criatura tão feia quanto um sapo. As pererecas então coitadas são sinônimo de coisa que deve ficar escondida de tão feia (embora alguns possam discordar). Sapos também são ingredientes que não podem faltar nas receitas das bruxas, enquanto as rãs, apesar de serem bem saborosas, são ditos como um alimento bem nojento.
     Coitadas dessas criaturas, tão desprezíveis aos olhos humanos. Mas como tudo na natureza sapos, rãs e pererecas tem sua importância no mundo. Afinal, se não fossem eles provavelmente estaríamos convivendo com pragas de insetos.
     Infelizmente nossos amigos anfíbios estão desaparecendo desse mundo. Já havia ouvido falar nisso há muito tempo, mas não sabia a causa até ler na Revista Geo (http://revistageo.uol.com.br/) que eles estão sendo atacados por um fungo e muitas espécies já desapareceram por completo de muitas regiões do planeta. Podemos até duvidar, mas a verdade é que os brejos estão realmente ficando mais silenciosos e não vejo tantas pererecas pulando nos vidros das janelas como antigamente.
     Pois é, nesses tempos onde muitos se preocupam com grandes catástrofes como fortes chuvas, furacões e tornados como prenúncio do fim dos tempos é melhor ficarmos atentos, as pequenas mudanças, aquelas que atingem os seres mais improváveis, é que no final das contas são os sinais mais importantes de que alguma coisa está muito errada com o planeta.
     Os sapos fazem parte do nosso imaginário, além dos contos de fadas, estão presentes em diversas cantigas infantis. Quem não nunca cantou que “o sapo não lava o pé, não lava por que não quer, ele vive lá na lagoa, não lava o pé por que não quer” ou “eu vi um sapo na beira do rio, de camisa verde e tremendo de frio”? Tomara que eles continuem a fazer parte da realidade também e não só do nosso imaginário.
     A revista pergunta se “o sapo encantado só existirá em contos de fada”, espero sinceramente que não. Enquanto isso devemos aprender a ler os pequenos sinais que a Natureza nos dá, senão podemos ser os próximos na lista de extinções.
Luciano Silva Vieira
Enviado por Luciano Silva Vieira em 30/07/2013
Reeditado em 30/07/2013
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