Cotidiano
Cotidiano
Pessoas passam por mim o tempo todo nas ruas, calçadas e esquinas.
É quase impossível desviar-me dos esbarrões.
Olho nos olhos de alguma delas, mas parece não estarem ali, dentro daquele corpo.
Os olhares perdidos, pensamento anuviados, mentes dispersas ou muito confusas.
Parecem com robôs ou alienígenas. Sempre plugados com aparelhos eletrônicos, como se os mesmo fossem bussolas lhes ditando a direção.
Será que eles têm uma direção?
O que aconteceu com os olhares, com o cordial bom dia, o que aconteceu com as pessoas?
Perderam-se em algum transe psicótico que veio com o vírus da informação?
O que aconteceu com as boas conversas à mesa, com as risadas, os encontros na pracinha, o olho no olho...
Será que tudo isso acabou? Será que nós humanos perdemos o sentido da humanidade? Quando voltaremos desse transe e apertaremos as mãos uns dos outros para sentir o calor humano.
Ahh... O calor humano..
Sinto falta dele.! Tudo que tenho é uma peça de teclados e uma tela nua.
Posso escrever o que eu quiser, o teclado aceita tudo que eu escrevo e a tela publica sem nenhuma censura.
Meu cotidiano fundiu-se com meus sonhos, ambos andam de mãos dadas esperando, que lá na frente as pessoas voltem, voltem para a vida!