URURBANIZANDO
Aqui, nos Picos mais altos do mundo, cinjo meu medo e liberdade em andanças noturnas, como uma inquietude que teus morros e malicias insistem em cegar minha insônia ao contornar tuas ruas e banhar-me em teus lençóis Guaribas.
Olho as muralhas aqui da pracinha, sentada fico feito menina esperando o rugir das horas, pelos becos passam luzes que correm pelo morro de casinhas tão estranhas nas cores do barro que lhe sujam.
De cima uma igreja azul, feito pilares que desafia os picos, coordenando o tempo de um trago entre estrelas tão frias que fazem rima com todas as outras artificias que olho daqui, pareço conhecer a multidão de seus pecados.
Antes de eu partir, os morros te devorarão como marés que arrastam conchas para a areia fria, mas não me deixes entre teus urubus, fuçando as covas e telhas de sua casa sobrevivendo entre a ordem e caos.
São a rapina de teus olhos que seca minha agonia e sigo entre antenas parabólicas ,caixa d'águas e degraus para te fazer minha , pois não te quero como remédio para gripe, cidade do alho e mel , te quero como prosa de um céu, sempre claro que me deita em sonhos e me faz te ter.