Sobre o protesto em Camaragibe
Sobre o protesto em Camaragibe
Devido à onda de protesto em todo país, em Camaragibe, também aconteceu. O local de saída foi no Parque Municipal com destino até a Prefeitura. Na chegada, havia poucos manifestantes que protestaram de forma pacífica e ordeira, a não ser pela incômoda interdição da principal via que interliga vários municípios da região. Em determinado momento, em frente da Prefeitura, cerca de cem participantes proferiram alguns gritos de ordem. Muitas deles, sem noção. Diga-se de passagem. Como pela liberação da maconha. O que seria normal em outros momentos, se a maioria não fosse de jovens e menores de idade. Acho que as prioridades poderiam ser melhor escolhidas. Bem como, os seus poucos cartazes, dois ou três apenas, e uma grande faixa que não sei o que continha. Em um deles, estava o pedido para que se baixasse o preço da cerveja Skol Litrão para R$ 1,50 (hum real e cinqüenta). O grupo era formado principalmente por estudantes, e apenas algumas poucas lideranças inclusive partidárias foram identificadas.
Mesmo com poucos integrantes o prejuízo deve ter sido enorme, pois o trânsito parou totalmente. E os empresários de transportes de Camaragibe deixaram de arrecadar uma soma importante, pois seus veículos ficaram parados ao longo da Avenida Belmino Correia por umas três horas. O prejuízo pode ter sido acrescido se falar que alguns comerciantes fecharam as suas portas e os donos de pequenos veículos tiveram que ir pelas ruas paralelas, gastando mais combustível e acabando seus carros nos inúmeros buracos espalhados pela cidade.
Não é nada confortável. Mas, creio que em prol de uma sociedade melhor. Mais justa e igualitária.
O Prefeito Jorge Alexandre e seu vice, Bosco, aparecerem na janela e foram vaiados significativamente pelos protestantes que ainda gritaram gesticulando um sinal específico de expulsão, “E fora! E fora!” repetidas vezes. Mesmo assim, os gestores receberam gentilmente uma pequena comissão para ouvi-los e encaminhar suas várias reivindicações. Estas na área da saúde, educação, mobilidade urbana e cultura. E deram o tempo hábil de 40 (quarenta) dias para resolver todos os problemas da cidade. Será que vai dar tempo?
É importante e louvável o acontecimento deste ato, pois é um caminho para a politização de nossos jovens e para a transformação de nosso país. Algumas conquistas destes protestos já surtiram efeito, como a redução do preço da passagem em algumas localidades e o arquivamento da PEC 37 que retirava o papel de investigação do Ministério Público, bem como uma série de medidas a serem compartilhadas com os estados e municípios, orquestrados pela presidência nacional.
A Polícia Militar compareceu e ficou apenas de longe acompanhando o evento, exceto quando um policial numa moto foi impedido por um dos presentes para passar e houve um começo de atrito, logo em seguida encerrado. A PM também tomou de um grupo de rapazes uns três pneus que estes trouxeram de forma insegura, possivelmente para queimá-los. Mas, não permitiram. No mais, creio que a cidade ganhou muito com isso, ganhou a democracia, e, o direito humano e universal de exercê-la. Sexta-feira, possivelmente haverá outro protesto, a ser confirmado pelas redes sociais, com a saída na Eliza Cabral enfocando com um dos temas principais a Política Pública de Cultura.