SEMPRE O TEMPO...
- “A vida nos ensina a qualquer tempo”, podem dizer os bem jovens, cuja impetuosidade lhes confere um orgulho próprio, que lhes faz incapazes de reconhecer que podem ser fracos às vezes e precisar de ajuda, uma orientação dos mais velhos.
Não pensem que alguém os está sondando para dizer que fraquejaram. Isto é normal com os humanos, todos fomos assim quando jovens. Não torçam o nariz quando um velho lhes disser que o tempo é um mestre severo, independente, abstrato, invisível. Contra ele nem você, nem eu, ninguém pode fazer nada!
Há um ditado que diz: “Só não fica velho quem morre antes”. E, ficar velho é um privilégio, uma vez que com o tempo vem a sabedoria. Não aquela sabedoria arrogante, de empáfia que faz as pessoas acharem que vieram ao mundo para exercer funções especiais ou de mando e poder, mas aquela sabedoria que o Eterno nos manda enquanto dormimos.
Quando mais jovens, corremos atrás do saber, nos estafamos para descobrir o núcleo, além do envoltório de todas as coisas. À medida que vamos envelhecendo o saber nos vem através de conta gotas. Não que não queiramos sair para ver o mundo em seu esforço de maratonas, correrias e pressa incessante, mas porque aprendemos a olhar com serenidade o mundo, e aprendemos uma coisa maior, não tentamos arrancar os nossos desejos e vontades a força. Esperamos que a Vontade Divina nos conceda... e, se não nos conceder é porque não nos é imprescindível.
Na verdade, passaremos bem sem aqueles nossos desejos.
O que representa isso ou aquilo para nós daqui a dez anos?
Aquele grande e ardente amor, que tanto me fez sofrer, passando noites escrevendo poemas líricos e pungentes. O peito doía e não suportava vê-la com o outro.
Hoje, ela dizendo: - Faz dezoito anos que ele morreu!
Certo dia encontrei-me com ela. Dei-lhe o braço para ajuda-la no atravessar a rua. - O diabetes e as artrites me judiam muito. – Disse-me ela.
Parecia tão mais velha que eu, seus desenganos, as duas filhas deixaram os netos para ela criar, tão mais entregue à desesperança, sem vontade de viver...
Dou graças ainda de ter disposição. Escrever, comparecer as reuniões da Academia de Letras, dominar relativamente bem o computador, cuidar de meus bonsai, escrever meus livros, meus poemas e meus textos, pintar meus quadros, fazer meus desenhos a nanquim, grafite ou aquarela, viajar bastante. Até bem pouco ainda lecionava no SENAC. Ando a pé, caminho, nenhuma doença que me atrapalhe o desempenho daquilo que gosto de fazer.
E ela, coitadinha... Nem sombra do que foi! O Tempo para uns retira mais do que a outros... Mas sempre é o Tempo...!
Assim, então, é a vida, está prestando atenção Pedro, meu querido neto? Que bom!
Sabe Pedro, os “grandes” amores, tanto os verdadeiros quanto os supostos, com o tempo se aplacam. Nós todos começamos nas “pistas de karts” com olho e o desejo a que o tempo logo passe para ingressarmos “na fórmula um”. Mas tudo, como no esporte, a vida copia, até o limite de idade. No futebol um jogador de trinta anos é “velho”. Veja como a vida é voraz. Não tenha pressa meu filho. Não tenha pressa. Tudo virá a seu tempo!
Você verá, pelos seus olhos e sua vida, não porque seu avô está preconizando ou como um velho profeta traçando caminhos. Mas sua inteligência se denota na paciência e atenção com que ouviu o vovô. Tudo passa... As pessoas. A família se modifica com os casamentos e crianças nascendo, só ficando mesmo o Tempo. Esse permanece fazendo seu trabalho de operário padrão. Não falta ao serviço, nunca está doente. Não descansa, não come e não bebe água. Só vai em frente . Sempre em frente Pedro! Sem cessar, sem nunca se cansar...
- “A vida nos ensina a qualquer tempo”, podem dizer os bem jovens, cuja impetuosidade lhes confere um orgulho próprio, que lhes faz incapazes de reconhecer que podem ser fracos às vezes e precisar de ajuda, uma orientação dos mais velhos.
Não pensem que alguém os está sondando para dizer que fraquejaram. Isto é normal com os humanos, todos fomos assim quando jovens. Não torçam o nariz quando um velho lhes disser que o tempo é um mestre severo, independente, abstrato, invisível. Contra ele nem você, nem eu, ninguém pode fazer nada!
Há um ditado que diz: “Só não fica velho quem morre antes”. E, ficar velho é um privilégio, uma vez que com o tempo vem a sabedoria. Não aquela sabedoria arrogante, de empáfia que faz as pessoas acharem que vieram ao mundo para exercer funções especiais ou de mando e poder, mas aquela sabedoria que o Eterno nos manda enquanto dormimos.
Quando mais jovens, corremos atrás do saber, nos estafamos para descobrir o núcleo, além do envoltório de todas as coisas. À medida que vamos envelhecendo o saber nos vem através de conta gotas. Não que não queiramos sair para ver o mundo em seu esforço de maratonas, correrias e pressa incessante, mas porque aprendemos a olhar com serenidade o mundo, e aprendemos uma coisa maior, não tentamos arrancar os nossos desejos e vontades a força. Esperamos que a Vontade Divina nos conceda... e, se não nos conceder é porque não nos é imprescindível.
Na verdade, passaremos bem sem aqueles nossos desejos.
O que representa isso ou aquilo para nós daqui a dez anos?
Aquele grande e ardente amor, que tanto me fez sofrer, passando noites escrevendo poemas líricos e pungentes. O peito doía e não suportava vê-la com o outro.
Hoje, ela dizendo: - Faz dezoito anos que ele morreu!
Certo dia encontrei-me com ela. Dei-lhe o braço para ajuda-la no atravessar a rua. - O diabetes e as artrites me judiam muito. – Disse-me ela.
Parecia tão mais velha que eu, seus desenganos, as duas filhas deixaram os netos para ela criar, tão mais entregue à desesperança, sem vontade de viver...
Dou graças ainda de ter disposição. Escrever, comparecer as reuniões da Academia de Letras, dominar relativamente bem o computador, cuidar de meus bonsai, escrever meus livros, meus poemas e meus textos, pintar meus quadros, fazer meus desenhos a nanquim, grafite ou aquarela, viajar bastante. Até bem pouco ainda lecionava no SENAC. Ando a pé, caminho, nenhuma doença que me atrapalhe o desempenho daquilo que gosto de fazer.
E ela, coitadinha... Nem sombra do que foi! O Tempo para uns retira mais do que a outros... Mas sempre é o Tempo...!
Assim, então, é a vida, está prestando atenção Pedro, meu querido neto? Que bom!
Sabe Pedro, os “grandes” amores, tanto os verdadeiros quanto os supostos, com o tempo se aplacam. Nós todos começamos nas “pistas de karts” com olho e o desejo a que o tempo logo passe para ingressarmos “na fórmula um”. Mas tudo, como no esporte, a vida copia, até o limite de idade. No futebol um jogador de trinta anos é “velho”. Veja como a vida é voraz. Não tenha pressa meu filho. Não tenha pressa. Tudo virá a seu tempo!
Você verá, pelos seus olhos e sua vida, não porque seu avô está preconizando ou como um velho profeta traçando caminhos. Mas sua inteligência se denota na paciência e atenção com que ouviu o vovô. Tudo passa... As pessoas. A família se modifica com os casamentos e crianças nascendo, só ficando mesmo o Tempo. Esse permanece fazendo seu trabalho de operário padrão. Não falta ao serviço, nunca está doente. Não descansa, não come e não bebe água. Só vai em frente . Sempre em frente Pedro! Sem cessar, sem nunca se cansar...