ACORDARAM O GIGANTE COM O ECO DOS CONFEDERADOS

ACORDARAM O GIGANTE COM O ECO DOS CONFEDERADOS

20/06/13

Sentia-se algo no ar. A convivência com a impunidade, com os desmandos, com as interferências diretas na liberdade de cada um através de medidas autoritárias travestidas de protetoras, onde todos são punidos exceto os culpados. Onde coisas que eu fazia legalmente desde os meus 17 anos, e lá se vão mais de quarenta, de repente viraram crimes. Coisa que me revoltam por transferirem de mim a minha e só minha indelegável responsabilidade pelos meus atos e pela minha sanidade física. Este tipo de lei vem com um carimbo na testa de toda a população “idiota”. Se eu atropelo e mato alguém por um defeito em meu carro por uma manutenção não realizada não serei tão culpado quanto se o matasse após ter ingerido 6 decigramas de álcool por litro de sangue? Leis feitas por ou para quem não as cumpre.

Não bastasse isso ainda vêm os mensalões, os mensalinhos e os mensaleiros que por ter a justiça "cumprido" seu papel, (será que cumpriu? né Genoíno) alardeou-se como grande feito, por uma mídia pequena e pseudocontrolada, onde ao julgador prepotente de sua responsabilidade se deu o status de super herói. Comissão dos Direitos Humanos presidida por homofóbico. Casas dos representantes do povo comandadas por escroques desqualificados. Torturados que no poder usam a força. Poder legislativo que legisla em causa própria e que vendem suas opiniões, sua integridade e a si próprios por cargos que lhes facilitem corromper e serem corrompidos. Benefícios ao “povo” como a redução de juros que além de entupir o transito de nossas cidades até então abandonadas, só veio mudar o perfil dos bancos que passaram a ter lucro em escala. Velhos que após darem sua vida pagando impostos não tem o suficiente para morrer com dignidade. Bandidos que reduziram sua idade para cometerem crimes livremente acobertados por uma lei que não reconhece como criminoso o menor que rouba, mata ou barbariza. Polícia sem força e sem vontade que não consegue proteger nem a si mesma.

O copo estava na borda, mas ninguém observava. Usos e costumes de muitos anos sentindo e agindo como "tudo eu posso" e fechando os olhos para o povo, não deixaram que os manipuladores sentissem o enxofre no ar. E aí veio a gota que fez o copo entornar, poucos centavos. Poucos centavos que em outra época o povo gado e orfão não se incomodaria em pagar, era mais provável que os empregadores reclamassem, foi o estopim da bomba que acordou o gigante. A insensibilidade dos governantes se deu em um momento em que nossas cidades abandonadas a uma realidade de 30 ou 40 anos atrás, passa por transformações visando a mobilidade daqueles que irão se locomover por menos de trinta dias, letreiros eletrônicos que dão suas mensagens e alertas em outro idioma, obras que visam os olhares do mundo, ainda que seja num piscar, visando permitir o circo para alguns já que o pão para outros está garantido pelo bolsa família.

Os “excessos” que houveram por parte dos manifestantes não podem ser encarados como excessos. O que houve foi apenas o resultado da impunidade que reina, “posso botar pra quebrar que nada vai acontecer”, os que assim pensaram, quebraram, saquearam e botaram fogo e, se nada mudar no país, serão nossos futuros representantes nacionais, estaduais ou municipais.

Cabe perguntar: vandalismo ou estratégia já utilizada no passado para desacreditar o movimento, atos perpetrados por quem tem o brasão da república no porta documentos travestidos e mascarados de manifestantes.

Vivemos por pelo menos alguns dias a revolução do CONFEDERADOS, aonde vimos unidos todos os que são diferentes em suas múltiplas reivindicações. Sábias as palavras de nossa bandeira, pois se o movimento for feito com ORDEM haverá PROGRESSO.

Ouço ecos do passado quando corria da polícia da revolução dos Generais nas proximidades do Minas Tenis na rua da Bahia. Ecoa na minha cabeça o grito do presente “povo unido não precisa de partido” ao que eu emendo “quando o povo é dominante melhor é seu governante”.

Geraldo Cerqueira