CANAIS DE BELÉM

A cidade de Belém é entrecortada por rios e igarapés, que contribuem para a formação das diversas bacias, dando origem ás baixadas, que caracterizam geograficamente a cidade e onde a população mais carente, faz o seu habitat, incrementando dessa forma o processo de favelização na zona urbana do município de Belém.

As ocupações desordenadas das baixadas, são resultantes dos descasos políticos, e administrativos, desenvolvidos ao longo de décadas e décadas, no âmbito local, notadamente, com relação ao processo ocupacional dessas áreas marcantes na vida da cidade.

Devido ao caos urbano formado, o poder público em suas diversas esferas, vem desenvolvendo ações, tentando reverter o quadro atual dessas áreas problemáticas, principalmente no que tange às questões de saneamento. Aqui vale fazer uma reflexão, quanto à forma de intervenção pública utilizada: “A transformação dos rios e igarapés das bacias hidrográficas de Belém, em valas e esgotos a céu aberto, numa verdadeira agressão ao meio ambiente” fazendo com que o poder público transgrida as leis que deveria fazer cumprir.

Vale salientar que a nível municipal, estar existindo o despertar de uma nova consciência, em recuperar essas vias aquáticas como forma de integrar o homem ao meio ambiente, respeitando assim a natureza do rio e o seu entorno. Exemplo disso é o programa ESSE RIO É MINHA VIDA na bacia do rio Mata Fome em parceria com ONG’S e o apoio da ONU – PGU e o da bacia do rio Tucunduba, onde se pretende adotar ações integradas, envolvendo além do saneamento, outras de caráter social, educacional, ambiental, lazer, cultural, econômico dentre outras.

Por outro lado seria de bom alvitre, incrementar ações de cunho paisagísticas ao longo dos canais já existentes – canteiros com flores – de preferência aquelas resistentes que não necessitam tratos especiais como: Maria Sem Vergonha, Zínias, Tajás Coloridos etc. Essas ações teriam que ter o envolvimento da comunidade beneficiada pela obra, numa parceria com o poder público onde o governo entraria com o projeto paisagístico, treinamento, e o fornecimento do material necessário para a execução, e a comunidade com a execução e manutenção das mesmas.

Acreditamos que a participação popular em projetos dessa natureza irá ter resultados positivos, uma vez que, com certeza a comunidade iria não somente assumir o projeto, como também, garantir a sua manutenção e zelo, valorizando dessa forma, a sua participação na transformação e embelezamento dos canais e também no resgate da cidadania, promovendo a humanização dessas vias públicas.