CRUEL DEPENDENCIA

Sou um réu confesso, dependente a não mais poder .

Declarada minha real dependência se faz nos espelhos d’alma que vermelhos ardem como brasa... Fazendo-me beirar a loucura,

Cada vez um grau a mais...

Cega-me, como se retirasse dos pés o chão,

Quando em crise estou, sinto que a todos atormento, solícitos os mais próximos correm a me acudir – Sem meus óculos tudo se volve turvo para mim – Dependência cruel a minha!

Oh, Deus meu, de futuro o que será de mim?

P. S. Se em terra de cegos quem tem um olho é rei, hoje sou obrigada a deixar o trono... Até meus óculos nalgum canto, que minha memória falha ignora lembrar, os esqueci!

Caducha
Enviado por Caducha em 12/06/2013
Reeditado em 12/06/2013
Código do texto: T4337478
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