CRUEL DEPENDENCIA
Sou um réu confesso, dependente a não mais poder .
Declarada minha real dependência se faz nos espelhos d’alma que vermelhos ardem como brasa... Fazendo-me beirar a loucura,
Cada vez um grau a mais...
Cega-me, como se retirasse dos pés o chão,
Quando em crise estou, sinto que a todos atormento, solícitos os mais próximos correm a me acudir – Sem meus óculos tudo se volve turvo para mim – Dependência cruel a minha!
Oh, Deus meu, de futuro o que será de mim?
P. S. Se em terra de cegos quem tem um olho é rei, hoje sou obrigada a deixar o trono... Até meus óculos nalgum canto, que minha memória falha ignora lembrar, os esqueci!