"OMAR CARDOSO", O ASTRÓLOGO: CURIOSIDADE NA IMPRENSA!
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Homar Henrique Nunes, mais conhecido por “Omar Cardoso”, falecido em 22 de novembro de 1978, sociólogo, antropólogo, ensaísta, além de jornalista, empresário, conferencista e radialista ficou conhecido no Brasil inteiro pelo seu famoso “Horóscopo de Omar Cardoso”. Com a saúde abalada, Omar Cardoso abandonou a televisão, montou um estúdio em sua chácara perto de Campinas e passou a gravar os programas de rádio que eram transmitidos pelas rádios do Brasil. Nas rádios, o seu bordão era “bom dia, mas bom dia mesmo com Omar Cardoso”. Ele faleceu aos 57 anos em 22 de novembro de 1978.
Mas não é exatamente sobre Omar Cardoso que desejo escrever nem sobre o período de sucesso do astrólogo quando ele tinha programas de rádio e escrevia colunas de horóscopo para 140 jornais do Brasil. E era a coluna mais lida em quase todos eles. Nessa época era jornaleiro e os vendia pelas ruas de Manaus. Os leitores perguntavam: “hoje tem a coluna de Omar Cardoso”. Se respondesse “tem”, compravam; se respondesse “não”, não o adquiriam, tal era a força que as previsões exerciam sobre as pessoas, como ainda exercem. E como eu sabia disso?
Lendo e acreditando também; confesso! Eu também acreditava!
Mas assistindo o programa “Globo Repórter” sobre a influência que o horóscopo, as previsões astrais e outras coisas do zodíaco, ainda exercem sobre as pessoas, decidi relatar esse fato interessante, curioso e de conhecimento de poucos, registrado em minha época de estagiário no Jornal A NOTÍCIA. Na redação copidescava a coluna de Omar Cardoso, indicando com um traço embaixo da letra a que deveria ser maiúscula e com um traço em cima a que deveria ser minúscula. Nesse dia, fiquei aguardando a coluna até as 18 horas pelo teletipo. Só que a coluna não chegava e o jornal “A NOTÍCIA” não poderia ser impresso sem a sua coluna mais lida na época, antes da criação do democrático espaço “Território Livre”, no qual os jornalistas expressavam suas opiniões livremente.
O processo de recebimento da coluna era precário em um sistema de transmissão via aparelho que fazia um barulho chato, mas agradável quando estava recebendo notícias. Naquela época, era tão precário como o de recebimento de fotos por um aparelho que sempre apitava em curtos espaços, mas chatos também, quando começava a recebê-las, terminando com um apito sonoro longo, indicando que a foto chegara e poderia ser revelada. O recebedor de tudo, inclusive das fotos era o Lucena “Pau Barú” como era conhecido entre os colegas.
A coluna de Omar Cardoso não chegara até as 19 hs e todos que ainda permaneciam na redação ficaram nervosos, mas alguém teve uma idéia: fazer a coluna de Omar Cardoso entre os que ainda restavam na redação. Um a um dos profissionais foi sendo chamado para emitir uma opinião e eu anotava tudo. Depois, datilografei tudo com a opinião de cada um. E assim, naquele dia apenas, o Jornal A NOTÍCIA, circulou e nenhum jornaleiro precisou dizer que não havia sido publicada a “Coluna de Omar Cardoso”, como cheguei a fazer em minha época como jornaleiro, perdendo alguns clientes.
Decidi narrar esse fato histórico, hilário e gostoso de lembrar, porque percebi que muitas pessoas ainda acreditam no que os horóscopos indicam, fazendo ou deixando de fazer negócios em função do que lêem em jornais, revistas ou em consulta pela rede mundial de computadores, como mostrou o programa “Globo Repórter” da Rede Globo, exibido na sexta-feira do dia 07/06/2013.
Antes de falecer, Omar Cardoso criou e deixou um Instituto com seu nome para continuar usando os meios de comunicação de rádio, televisão, internet e mídia impressa como jornais e revistas continuar divulgando a sua astrologia. Homar Cardoso nasceu em Ribeiro Preto em 1921, e foi um dos pioneiros desse emblemático sistema de conjugação astral de possibilidades que se tornou uma ciência séria.