A JANELA FECHADA
A janela estava sempre aberta e Sebastião estava lá quase todos os dias, ficava a admirar um alguém de uma outra janela que ficava quase defronte da sua. Ele era um quase vizinho, morávamos no mesmo quarteirão e eu gostava de observá-lo, pois já tinha sacado o seu interesse pela mulher da janela da frente. Era uma morena simpática e talvez nem tivesse interesse em Sebastião ou se tivesse queria apenas provocá-lo, ver até onde ia o seu limite. Como a de Sebastião, a sua janela estava sempre aberta e ela dando o ar da sua graça, às vezes até provocante.
Um certo dia a janela dela amanheceu fechada, o que deixou o pobre do Sebastião preocupado. “O que houve?”, indagou para si mesmo e eu confesso que também fiquei surpreso. Os dias se passaram e a janela sempre fechada, só eu e o Sebastião com nossas janelas abertas. Dias depois eu e o pobre Sebastião soubemos que a morena da janela da frente havia se mudado.