Raízes e Princípios

Faço-lhes, primeiramente, pensar em uma grande árvore; uma que seja frondosa, repleta de galhos , de folhas verdes, de flores e frutos. Uma árvore cujo trasbordamento de vida vegetal salte-nos aos olhos no instante em que a olhamos. Sim! Tal e qual aquela em que, talvez, na sua infância distante, seu bom e velho avô se dispôs a fazer-lhe um rústico, mas nem por isso menos eficiente, balanço. Sim, essa mesmo! Aquela na qual podia-se reunir todos os familiares sob sua acolhedora sombra, a fim de fazer-se um agradável almoço de domingo em tempos de verão.

Agora, porém, peço-lhes que, valendo-se de suas férteis imaginações, pensem em uma árvore que seja a antítese daquela que vimos acima; uma que seja modesta em tamanho, sem folhas, uma que nos negue flores e frutos. Sim! uma tal e qual onde a vida vegetal não apresente-se em sua total plenitude. A meu ver, é fácil concebe-la na imaginação, haja vista que há muitas delas por aí. Certamente já tivestes a oportunidade de percebe-las! Do contrário, passe a olhá-las também com mais atenção, visto que, mesmo que de modo muito deficiente, também reside alguma vida nelas.

Mas por qual razão faço-lhes pensar em árvores? É o que devem em estar se perguntando agora. Faço-lhes pensar por um único motivo: elas nos ensinam como nos mantermos em pé! Com “nos mantermos em pé” quero dizer: não sucumbirmos e não nos deixarmos dominar pelos vícios que imperam em nosso tempo (ganância, vaidade, luxúria, avareza etc.). Elas, às árvores, independentemente do tamanho, da quantidade de galhos, das flores e dos frutos que produzem, mantem-se firmemente em pé graças às raízes que lhes são próprias. Vivem enquanto possuem suas raízes. Não temos raízes, é bem verdade. Mas não são os nossos “princípios” (aqueles que aprendemos no seio familiar e social) aquilo que cumpre este papel? Decididamente, estou certo disso! Desfazermo-nos deles é, com absoluta certeza, tal como uma árvore que perde suas raízes, darmos um grande passo rumo à queda.

Portanto, sejam quais forem às circunstâncias, esforce-se em manter suas raízes, ou melhor, seus princípios, sempre fortes.

Rafael Oliveira, Florianópolis 2013.

RAFA PASSANT
Enviado por RAFA PASSANT em 30/05/2013
Reeditado em 30/05/2013
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